Os socialistas reuniram a comissão política, um dia depois da entrega do OE no Parlamento.
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Se Luís Montenegro define o Orçamento do Estado (OE) como "pipi" e "muito betinho", o presidente do PS não podia estar mais em desacordo. Para Carlos César, a proposta do Governo "é responsável e responde aos desafios" e aponta "dislexia política" a Montenegro.
Os socialistas reuniram, nesta quarta-feira, a comissão política, um dia depois da entrega do OE no Parlamento. António Costa só falou à porta fechada, e coube a Carlos César defender o documento que conta "com equilíbrio, com melhores salários, diminuição de impostos, atenção especial à habitação e aos jovens".
"Não, não é um Orçamento pipi, mas um Orçamento que pé ante pé constrói com segurança e avança responsavelmente na recuperação dos rendimentos e da economia portuguesa, dando confiança para o futuro", contrapôs.
À porta fechada, ao que apurou a TSF, o tom foi de apoio geral e apenas os militantes afetos ao opositor interno Daniel Adrião pediram mais soluções para responder aos problemas, desde logo, no Serviço Nacional de Saúde.
Ora, Carlos César, nas declarações aos jornalistas, lembrou que para existirem soluções são necessárias "contas certas" para "proteger o futuro", embora admita que ainda há caminho por fazer.
"Embora seja necessário andar mais depressa aqui e ali, nós estamos a andar num bom sentido. Particularmente em alguns setores, já se tem consciência que os resultados serão, muito em breve, melhores", afiançou.
Carlos César, no entanto, volta a avisar o Governo que tem de estar atento ao que pedem os portugueses, já depois de, na rentrée socialista, ter pedido "humildade" aos governantes. Agora, avisa que "o PS deve estar atento aos protestos".
"Essa cultura do PS deve ser estimulada e deve contrariar a ideia que estamos sempre no caminho certo. E que os resultados bons se devem exclusivamente a nós e que não poderiam ter sido obtidos, nesta ou naquela circunstância, resultados melhores", acrescentou.
Para o próximo ano, o PS define a vitória nas europeias e nos Açores como os grandes objetivos eleitorais. À porta fechada, António Costa destacou mesmo a necessidade de o partido vencer as europeias do próximo ano, para responder à direita que definiu 2024 como o fim da linha para o Governo.