O líder do PSD tinha apelidado as atualizações dos escalões de IRS de "medida eleitoralista".
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Perante uma plateia de socialistas, e destacando que o Orçamento do Estado prevê uma trajetória de crescimento para ao país (apesar das condições externas adversas), António Costa aproveitou para responder a Luís Montenegro, que vê na atualização dos escalões de IRS uma "medida eleitoralista". Para o primeiro-ministro, o líder do PSD mostra que "já prescindiu de ganhar as legislativas de 2026.
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"Quando ouço alguns líderes da oposição dizerem que este Orçamento é eleitoralista, acho mesmo que eles já prescindiram de ganhar as eleições de 2026 e já acham que estamos a constituir capacidade de investimento para vencermos as eleições de 2030", atirou.
E 2026 "é já amanha", acrescentou o primeiro-ministro, daí a necessidade em reduzir a dívida e assegurar a sustentabilidade da segurança social. Justificando a redução da dívida, o primeiro-ministro comparou com "um porto-seguro" para proteger o país das perturbações externas.
"Nós sabemos bem o que acontece quando as dívidas começam a aumentar e há um excesso de países que têm o seu nível de endividamento o crescer e isso, seguramente, acabará por trazer algumas pressões. E é fundamental que nos coloquemos num porto seguro", destacou.
Recuando ao ano passado, quando a oposição acusou o Governo de "truques" quanto às pensões, António Costa falou diretamente para o eleitorado socialista. "No ano passado acusaram-nos de tudo e mais alguma coisa, mas a verdade é que os pensionistas sabem que podem confiar no PS", acrescentou, recordando que "os pensionistas tiveram o aumento a que tinham direito, assim como meia pensão suplementar".
O primeiro-ministro tinha na terceira fila o agora deputado Pedro Nuno Santos, que foi seu ministro das Infraestruturas e da Habitação, assim como o antigo governante Tiago Brandão Rodrigues que sorriu quando Costa destacou que será eliminado "um conjunto de constrangimentos à agilização do investimento, designadamente o novo regime de cativações".
Ainda assim, o primeiro-ministro avisou que "a conjuntura internacional não é famosa" e há países, como a Alemanha, com a economia "em receção". A proposta do Governo assenta, por isso, no "grande desafio" para "manter o crescimento económico e um elevado nível de emprego".
António Costa apresentou na tarde desta quarta-feira o Orçamento do Estado aos deputados socialistas, numa reunião do grupo parlamentar. O primeiro-ministro tem ainda marcada uma reunião da comissão política do PS, para debater a atual situação política.