Jorge Sampaio presta homenagem a António Almeida Santos. O antigo Presidente da República considera que o presidente honorário do PS é uma grande perda para o partido e para o país. Recorda, ainda, um "homem de afetos".
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Foi grande em todas a dimensões. Humana, política e cívica. Jorge Sampaio recorda assim Almeida Santos. Em declarações à TSF, o antigo chefe de Estado desfia memórias afirmando desde logo que se trata "de um homem de superior inteligência e de cultura sempre atualizada. É uma perda enorme para o PS e para o país. Foi um legislador notável, um governante de grandes pastas. Era um homem de afetos, um construtor de consensos, quer políticos, quer pessoais. Era também um grande escritor e publicista, sempre atualizado. Era um amigo notável e conselheiro nos bons e maus momentos. É uma grande perda, ele foi absolutamente brilhante. É uma grande página que se fecha. É um grande livro que se fecha e isso é uma coisa terrível, um desgosto".
Para o antigo Presidente da República, a vida de António Almeida Santos é um legado exemplar para as gerações mais novas. Jorge Sampaio refere que o amigo "fez-se por si, pelo seu trabalho, pelo seu esforço. Era um trabalhador e leitor incansável. Era uma figura brilhante. O que os mais novos devem retirar deste exemplo é que vale a pena o esforço, a dedicação. Vale a pena estudar, trabalhar, ler, conviver, perceber os outros e as suas diferenças. Ele era um mestre em todas estas dimensões".
Na memória, Jorge Sampaio guarda muitos e bons momentos partilhados com Almeida Santos, que era amigo para todos os momentos, inclusive os mais difíceis. "Fiz muitas vezes campanha com ele, mesmo nos momentos mais difíceis. Era um homem de combate, mas discreto, nunca desistia. Tinha sempre algo para fazer e para dizer. Foi um amigo de grande afetividade, mesmo nos momentos de incompreensão e dificuldades. Os conselhos que me deu são inesquecíveis".
Na dimensão política de Almeida Santos, Jorge Sampaio destaca o respeito alcançado em todas as áreas políticas. "Como presidente da Assembleia da República foi muito respeitado. Era isento. Como deputado foi brilhante. O regime saído do 25 de abril deve-lhe muito como legislador. Ele é inseparável da construção do estado democrático português".