Fenprof abandona reunião com Governo e vai ao DIAP por causa de "faltas injustificadas"
Mário Nogueira acusa o ministro da Educação de "falta de democracia".
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O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, abandonou esta segunda-feira a reunião no Ministério da Educação e garantiu que o sindicato vai agir judicialmente no caso das "faltas injustiçadas" marcadas aos professores que fizeram greve a 17 de março.
"Vamos para os tribunais. Há um parecer da PGR que vem dizer que as faltas que os professores têm injustificadas e os processos disciplinares não deveriam existir porque os serviços mínimos são ilegais, o senhor ministro acha que é opinião de um procurador e não a posição da PGR", disse Mário Nogueira aos jornalistas, garantindo que a Fenprof vai ao Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) na quinta-feira entregar a lista das escolas que o fizeram.
Em causa está a greve de 17 de março marcada pela Frente Comum e para a qual não foram estabelecidos serviços mínimos. Segundo a Fenprof, algumas escolas entenderam que, por não haver serviços mínimos, podiam marcar faltas injustificadas e abriram processos disciplinares aos professores que aderiram à paralisação.
O secretário-geral do sindicato considera que este "é mais do que um mero problema de justiça".
"É um problema de democracia. João Costa e António Leite não sabem o que são as regras da democracia", disse o sindicalista.
Mário Nogueira acusa a equipa do Ministério da Educação de "falta de democracia" e dá um exemplo: "A falta de democracia é de tal ordem que nós dissemos que não faz sentido terminar uma negociação sobre o tal processo para ultrapassar as assimetrias, nós já estamos num processo de negociação suplementar, esperamos até ao último dia para ver se recebíamos o documento que resultou das negociações e no último dia pedimos as negociações suplementares porque não podíamos esperar mais tempo. Até hoje, não nos chegou nenhum documento novo e aquilo que o senhor ministro nos disse depois de termos todos falado diz que não chegou nenhum documento novo, porque o documento é o que foi entregue no primeiro minuto das negociações. Esta é a negociação desta equipa ministerial."
Mário Nogueira consideram que, ao contrário do que faz a outros sindicatos, o Ministério da Educação quer "punir" a Fenprof.
"Hoje fica claro que a Fenprof é a organização que os mói, que eles não querem, que os pressiona, que eles descriminam. É a organização que eles querem punir", queixa-se.