O presidente do Conselho dos Institutos Politécnicos diz que o ministro tem um profundo desconhecimento sobre o ensino. Mário Nogueira diz que as palavras de Crato foram um ato de vingança.
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Em resposta a estas acusações, o ministro da Educação Nuno Crato já fez saber, em comunicado no final da manhã, que não quis, em algum momento, diferenciar a qualidade dos cursos de educação universitáiros ou politécnicos.
Joaquim Mourato lamenta o que disse o ministro da Educação e considera que Nuno Crato foi muito infeliz na afirmação de que os alunos que se formam nas escolas superiores de educação estão ainda menos preparados que os das universidades para serem professores.
Joaquim Mourato diz que o ministro não conhece a realidade e o mérito de boa parte do setor que tutela.
«Revela um profundo desconhecimento do ensino superior que, afinal, está sob a sua tutela. Atinge sobretudo a Agência de Avaliação e Acreditação, uma entidade independente, integrada numa rede europeia, que nos merece toda a confiança. lamentamos profundamente, o senhor ministro foi muito infeliz nas declarações que prestou», acusa o presidente do Conselho dos Institutos Politécnicos.
Também sobre esta questão, Mário Nogueira diz as palavras de Nuno Crato foram um ato de vingança. Para o secretário-geral da Fenprof são mesmo «insultuosas e ofensivas».
«As escolas superiores de educação, tal como as universidades, são rigorosas e exigentes naquilo que fazem, (...) e portanto aquilo que o ministro da Educação disse ontem é insultuoso e ofensivo para as escolas. Provavelmente corresponde a uma reação contra o facto de muitas delas terem tomado posição contra a prova. Portanto, está aqui uma forma de o senhor ministro dizer ou demonstrar que quem não está consigo está necessariamente contra si», critica Mário Nogueira.
Na entrevista à RTP, o ministro da Educação lamentou ainda os episódios de protesto durante o dia de ontem, considerando que se tratam de imagens que em nada dignificam os professores.
Mário Nogueira responde na mesma moeda e diz que Nuno Crato, que humilha os docentes, «não dignifica» o ensino em Portugal.
Entretanto, o ministério da Educação salienta, em comunicado, que o ministro se «referia ao conjunto do sistema de formação inicial de professores, que tem programas curriculares diversos, dizendo que há diferenças entre as diversas escolas de formação de professores, sejam universitárias sejam politécnicas, referindo 'essas escolas' no seu conjunto, e sem fazer juízos de qualidade que distinguissem escolas politécnicas por um lado e universitárias por outro».