A antiga líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, criticou ontem, no comentário semanal na TVI 24, a proposta apresentada por Passos Coelho ao Presidente da República, dizendo que era óbvio que nada resolvia.
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Manuela Ferreira Leite rejeitou a proposta de remodelação governamental que previa Paulo Portas como vice-primeiro-ministro e António Pires de Lima como ministro da Economia.
«Para quem achava que a crise estava resolvida pelo facto de haver uma proposta de remodelação de Governo, que pelos vistos era o grande problema... Portanto, tinha havido uma birra, demos o brinquedo ao menino que estava com a birra e ficámos tranquilos porque pensámos que estava tudo resolvido. O problema é quando se percebe que esse brinquedo que se está a dar ao menino afinal não é dele e temos que retirar o brinquedo ao menino. O potencial de birra do menino aumenta bastante. Quem pensava que estava tudo resolvido, é evidente que afinal não estava», criticou.
A antiga líder do PSD sublinhou ainda que «não faz parte do ADN» do partido ceder «a parte forte da coligação».
«Qualquer pessoa que conheça minimamente o PSD, eu faço parte dessas pessoas, a última coisa que o partido poderia aceitar seria essa proposta, que o Presidente do partido fez. O Partido não aceitaria uma coligação com o CDS-PP em que o CDS fosse a parte forte da coligação. É algo que não faz parte do ADN do PSD, sempre tem havido em coligações uma certa tensão e preocupação com as posições relativas», disse.
«Numa proposta que foi feita, em que se transmitiu a ideia de que a parte de leão do Governo, a parte decisiva, ficava com o CDS, não era nada que fosse susceptível de ser aceite pelo partido. Juntando a isso o facto de ter anunciado que havia um acordo para listas conjuntas para o Parlamento Europeu», acrescentou.