Fim de uma "contradição". Associação de lares de idosos aplaude fim do uso obrigatório de máscara
Lares de idosos estavam "saturados" de usar máscaras quando fora das instituições as regras já mudaram há muito.
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O presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos, João Ferreira de Almeida, considera o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em estabelecimentos de saúde ou de apoio a idosos como uma boa notícia.
Em declarações à TSF, o responsável afirma que há muito que a obrigação de uso de máscara não fazia sentido.
"Há muito tempo que há uma certa contradição na orientação da DGS entre a permissão de saída dos idosos - em que nós não controlamos coisa nenhuma, como é que a saída corre - e as restrições que havia em termos dos mesmos familiares com quem eles saem quando vêm fazer a visita ao lado."
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"Há aqui uma contradição muito grande que já devia ter-se resolvido há mais tempo, mas pronto, mais vale tarde do que nunca", destaca. "Estava toda a gente muito saturada das máscaras, e ainda por cima quando víamos o alívio em muitas outras situações, nós continuávamos 'castigados' com a obrigação de usar a máscara".
João Ferreira de Almeida afirma que não tem, nesta altura, conhecimento de surtos de Covid-19 nos lares, o que, acredita, é reflexo das taxas elevadas de vacinação.
"Não tenho números, mas não tenho notícia de haver surtos recentes. Não quer dizer que não haja um ou outro", ressalva.
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"O reflexo da vacinação está à vista, porque vi ontem declarações do presidente da Direção da Associação dos Médicos de Saúde Pública e, de facto, a diminuição de doença grave, ou de óbitos, ou internamentos em hospital diminuiu brutalmente, e isso é de certeza reflexo da vacina."
O presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casas de Repouso de Idosos defende, por isso, que a vacinação preventiva seja retomada no outono.
O uso de máscaras em estabelecimentos de saúde ou de apoio a idosos, incluindo nas estruturas residenciais, de acolhimento, ou serviços de apoio domiciliário a populações vulneráveis, pessoas idosas ou pessoas com deficiência, deixou de ser obrigatório, segundo um decreto-lei aprovado esta quinta-feira pelo Governo.
O Ministério da Saúde indicou, no entanto, que se mantém a recomendação de uso de máscaras, principalmente em ambientes fechados ou aglomerações, por pessoas vulneráveis, como as que têm doenças crónicas ou se encontram em situação de imunidade reduzida, com risco acrescido para a Covid-19.