Henrique Barros diz que "não se pode declarar o fim da pandemia", mas está "próximo"
O Governo aprovou o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em estabelecimentos de saúde, estruturas residenciais de acolhimento, serviços de apoio domiciliário a populações vulneráveis, pessoas idosas ou com deficiência e nas unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados.
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O Governo decretou esta quinta-feira o fim da obrigatoriedade da utilização de máscaras na saúde, mas o epidemiologista Henrique Barros considera que ainda não se pode falar no fim da pandemia, ainda que este esteja próximo.
"Naturalmente que neste momento, com a vacinação e a convivência do vírus nas suas diferentes variantes com a população, a gravidade dos casos não tem rigorosamente nada a ver com o que foi na fase inicial, como é típico deste género de infeções, mas não se pode declarar o fim da pandemia. Ainda não há evidência de que isso se possa dizer", disse à TSF o presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
Henrique Barros avisa que "não se pode confundir a evolução de uma infeção que emergiu há pouco mais de três anos com um conjunto de medidas que são tomadas em função da dinâmica da infeção e do peso que ela tem na saúde das pessoas".
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Ainda assim, o epidemiologista antevê que isso possa estar próximo: "O fim da pandemia vai, quase de certeza absoluta, ocorrer num período relativamente próximo. O que é que isto quer dizer? Quer dizer que os casos subiram extraordinariamente, tiveram uma fase de aumento e diminuição e agora irão lentamente desaparecer."
Para o futuro, a análise de Henrique Barros é que se torne semelhante a outras infeções respiratórias comuns.
"O que vai acontecer no futuro, provavelmente é aquilo que se pensa e se diz há muito tempo, que a doença permanecerá numa forma em que os vírus vão estando presentes, vão acontecendo infeções e quando se acumulam suscetíveis ou em momentos em que é mais fácil a infeção ocorrer - por exemplo, nos períodos mais frios - irá haver surtos um pouco como nós temos com outras infeções respiratórias habituais, por exemplo, nas estações frias do ano", prevê o presidente do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto.
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O epidemiologista Henrique Barros não quis apresentar uma meta para o fim da pandemia e recusou comentar a escolha do Governo.
O Governo aprovou esta quinta-feira o decreto-lei que acaba com obrigatoriedade do uso de máscaras em "estabelecimentos de saúde, estruturas residenciais de acolhimento, serviços de apoio domiciliário a populações vulneráveis, pessoas idosas ou com deficiência e nas unidades da Rede Nacional de Cuidados Continuados".
A utilização de máscaras ainda era obrigatória nestes espaços ao abrigo das medidas de combate à pandemia de Covid-19.