FNE pretende que Ministério da Educação "não leve muito mais tempo" a voltar ao diálogo
A Federação Nacional de Educação (FNE) não se revê na greve e contestação marcada por outros sindicatos de professores.
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O secretário-geral da FNE considera que as negociações com o Governo vão no bom caminho e garante ter o compromisso por parte do Ministério da Educação de que elas serão retomadas no mês de janeiro, embora ainda sem data marcada.
João Dias da Silva lembra que a FNE também convocou greve a 2 de novembro, dia em que o ministro da Educação apresentava no parlamento o Orçamento do Estado para 2023. "Na sequência disso foram abertas as negociações", recorda. Embora admita que "há fortes razões de contestação e fortes razões para os professores estarem descontentes", a FNE considera que, neste momento, "vale a pena apostar na negociação para obter os objetivos para os professores e educadores".
João Dias da Silva não quer comentar as greves e manifestações agendadas por outros sindicatos de professores. "Estamos a seguir o caminho que decidimos em reuniões permanentes com os nossos sócios", adianta. No entanto, considera que o Governo "não pode levar muito mais tempo" para encetar novas negociações.
Uma das causas que leva a Federação Nacional de Educação a apostar ainda no diálogo é ter tido a garantia por parte do Governo de que no próximo ano letivo continuarão a existir os concursos nacionais, sem interferência de outras entidades, como as autarquias.
Além da revisão do regime remuneratório e de carreira, a Federação de sindicatos pretende que no próximo ano letivo sejam criadas 14.277 vagas em quadros e agrupamentos de escola, um número certo que a FNE afirma ser o resultado das necessidades verificadas nos estabelecimentos de ensino nos últimos anos letivos. "Nós temos sempre 20 mil professores a serem contratados todos os anos", assinala. "Não é possível que 1/5 dos que garantem o funcionamento das escolas estejam em situação precária sistemática", afirma indignado.
Nas negociações a encetar com o Governo, a FNE exige ainda que os quadros de zona pedagógica a criar não impliquem deslocações dos professores numa área superior a 50 quilómetros.