Governo está "em agonia" e segurar Galamba foi "canto do cisne" de António Costa
Luís Montenegro acusa António Costa e João Galamba de encetar um "teatro político premeditado" com a demissão que seria recusada pelo primeiro-ministro.
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O presidente do PSD acusou António Costa de ter vivido na terça-feira o seu "momento de canto do cisne" ao anunciar que de que não aceitava o pedido de demissão de João Galamba do cargo de ministro das Infraestruturas.
Tal como o cisne branco canta antes de morrer, o discurso primeiro-ministro marca o início do seu fim político, comparou Luís Montenegro, em conferência de imprensa, na sede nacional do PSD, no final da reunião da Comissão Permanente do partido.
"O Governo perdeu o norte e está em agonia", depois de "trair a confiança" que os portugueses lhe deram nas urnas.
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Este "teatro político foi premeditado" e estava preparado há meses, desde que Costa "desistiu de governar", acusa o líder do PSD. "Num ápice, um primeiro-ministro, que enchia a boca com a palavra e o valor da estabilidade, ensaiou uma "fuga para a frente" para ver se "provoca eleições antecipadas".
Os socialistas andam "entretidos em guerras partidárias caseiras", transportando-as "para o Governo e para as empresas públicas", e não "têm nem tempo, nem disposição, nem vontade de governar o país", condena. António Costa prefere uma "guerra de palácios".
Para Luís Montenegro o ministro João Galamba "tem culpa e implicação direta nos acontecimentos, seja nas mentiras quanto às reuniões secretas [relacionadas com audições parlamentares sobre a TAP], seja no envolvimento" dos serviços de informações para recuperar o computador de Frederico Pinheiro.
O que aconteceu é "pura ficção", dois "episódios de novela", da série "retalhos da vida de um assessor", ironizou Luís Montenegro. "Um ministro que realmente acredite na carta noturna de demissão por si escrita, só tem uma saída digna: insistir na demissão."
Um "fracasso institucional", que se soma aos vários problemas do país - empobrecimento, crise na habitação, problemas no SNS entre outros, em que as únicas "vítimas" são os portugueses, lamenta.
"Portugal não precisa desta ligeireza, desta leviandade, desta falta de princípios. Para este primeiro-ministro tudo é um jogo. Um jogo de oportunismo. Um jogo de teatro político. Um jogo de sobrevivência. O jogo único da sua sobrevivência que ele joga com prazer egoístico mas em prejuízo dos portugueses, desde o primeiro dia", acusou.