Governo garante que pensionistas não perdem rendimentos. Oposição fala em "austeridade escondida"
Ana Catarina Mendes diz que a oposição "faz um exercício de adivinhação" sobre o aumento das pensões.
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No primeiro debate parlamentar, depois do anúncio do pacote do Governo para fazer frente à inflação, a oposição acusa o Governo de "chegar tarde" e de "esconder austeridade" entre as medidas. Já o Executivo, que apareceu no Parlamento com governantes de cinco áreas, garante que os pensionistas, em 2024, "não vão receber menos do que em dezembro de 2023".
A ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, fala numa resposta "clara e eficaz" para responder aos problemas das pessoas, tendo em conta a realidade do país, "fazendo o que é possível fazer a cada momento".
"Quando me dizem que 125 euros é curto, eu chamo a atenção do PSD, que se estivessem no Governo, hoje teríamos cortes", diz, recordando, mais uma vez, os tempos de Passos Coelho.
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Ana Catarina Mendes diz que a oposição "faz um exercício de adivinhação" sobre o aumento das pensões para 2024, tal como "anunciou a vinda do diabo". "Estas medidas são para 2022", recorda.
"Os direitos dos pensionistas estão a ser respeitados, sem nunca hipotecar as pensões futuras", diz, garantindo que "nenhum pensionista vai receber em 2024, menos do que recebeu em dezembro de 2023".
Governo diz que é "abusivo" assumir corte nas pensões em 2024
Gabriel Bastos, secretário de Estado da Segurança Social, complementa a resposta do Governo, sobre as pensões, garantindo que o Governo assegura, em 2023, que "os pensionistas têm uma pensão que resulta da fórmula legal".
Respondendo às críticas da oposição, Gabriel Bastos diz que é "abusivo" dizer que os pensionistas vão ter um corte em 2024, garantindo que o Governo "trabalha de forma transparente".
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"Vamos estudar a sustentabilidade do sistema de pensões. Este trabalho será amplamente participado. Aguardemos para decidir de forma responsável", diz.
"Grupos económicos estão a ganhar milhões com o sacrifício do povo"
Bruno Dias, do PCP, diz que a inflação contribui para os aumentos extraordinários das grandes empresas, salientando que as medidas apresentadas pelo Governo para as famílias "são curtas e não chegam".
"O Governo insiste em ignorar os lucros especulativos. Até quando? Até quando esta impunidade com os grupos económicos?", questiona.
Bruno Dias pede ainda que se controle os preços "de forma efetiva", salientando que os grupos económicos "estão a ganhar milhões com o sacrifício do povo".
Ventura acusa Costa e Medina de se "esconderem" com um "pacote de austeridade"
André Ventura, do Chega, acusa Fernando Medina de se "esconder" para "não enfrentar o embuste" do pacote para combater a inflação.
"Lembro-me de um tempo em que António Costa disse que nunca haveria austeridade, mas sim reposição de rendimentos. O pacote que Medina e Costa apresentam aos portugueses é autoridade escondida", atira.
E acrescenta: "Este é um roubo escondido."
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Ventura pede "honestidade", perguntando se a fórmula de cálculo das pensões foi alterada, concluindo que, a partir de 2024, os pensionistas "vão perder centenas de euros".
O líder do Chega diz que, em relação à descida do IVA da eletricidade, "o Governo propõe a descida de apenas um euro", incentivando o Executivo "a pedir desculpa aos portugueses".