Objetivo é incentivar mais jovens a seguir a carreira docente e assim reduzir a falta de professores nas escolas.
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Os futuros professores vão voltar a ter estágios remunerados, segundo uma proposta do Ministério da Educação anunciada esta segunda-feira, e, que deverá entrar em vigor no próximo ano letivo.
Aos estagiários vai passar a ser atribuído um horário e uma remuneração em função das horas letivas semanais. Quem tiver horário completo de aulas por semana, vai receber pouco mais de 1600 euros mensais brutos.
O horário atribuído aos estagiários nunca pode ser inferior a 12 horas letivas semanais, o correspondente a meio horário, ou seja, oitocentos euros de salário.
A intenção não é nova. No ano passado, o ministro já tinha afirmado que queria ver os estágios remunerados neste ano letivo. Pelas contas de João Costa, na altura, a decisão ia custar 22 milhões de euros.
A medida já deve estar refletida na proposta de orçamento do estado que o Governo vai apresentar na próxima semana.
Mas esta não é a única novidade. O ministro da Educação quer ainda que, o segundo ano dos mestrados em Educação seja totalmente dedicado ao estágio.
Os orientadores nas escolas vão ter direito a uma redução da carga letiva até quatro horas semanais.
No caso dos professores com habilitações próprias, sem especialização pedagógica, a profissionalização passa a poder ser feita através da defesa pública de um relatório individual que abranja toda a carreira, Mas só para quem tem pelo menos quatro de experiência. Atualmente estes professores só podiam aceder ao quadro depois de cinco anos de trabalho.
Já quem tenha um doutoramento ou mestrado vê o estágio ser reduzido a um semestre.
Nesta altura, há mais de 1200 professores contratados, um número um pouco acima do que havia na mesma altura do ano passado.
Nos últimos anos, os cursos universitários que dão acesso à carreira de professores viram a procura aumentar 45%. Por isso mesmo, o Governo quer também aumentar o número de vagas no ensino superior.
O Governo vê esta proposta como uma medida para ter efeitos a médio prazo no combate à falta de professores nas escolas. De resto, desde o início do ano letivo, o ministério da Educação já recebeu cinco mil pedidos de substituição por baixa médica. Aos serviços do ministério têm, ainda, chegado todas as semanas 600 pedidos de substituição de horário.