IL dá nega a Marcelo no Catar: "Não pode ir a outros países validar regimes que não respeitam os direitos humanos"
Liberais defendem que também Santos Silva e António Costa não devem "marcar presença" no Mundial.
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O líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Rodrigo Saraiva, garante que o partido vai chumbar a viagem de Marcelo Rebelo de Sousa ao Catar para ver os jogos da seleção e está também contra deslocações de Santos Silva e António Costa.
Em declarações à TSF, o liberal nota que o Presidente da República é "chefe de Estado de um Estado de Direito, assente na democracia liberal e no respeito pelos direitos humanos, não pode ir a outros países validar regimes que não respeitam os direitos humanos". Rodrigo Saraiva sublinha que o partido já tinha votado "contra as viagens recentes a Angola" e a posição vai agora manter-se.
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"Entendemos que o mais alto magistrado da nação, a segunda figura do Estado e também o senhor primeiro-ministro não devem marcar presença" no Mundial. O chefe de Estado esclareceu esta sexta-feira que só irá em visita presidencial ao Catar com autorização da Assembleia da República e já fez um pedido nesse sentido, aguardando agora a autorização.
Marcelo demonstra "enorme insensibilidade social"
As declarações de Marcelo na noite desta quinta-feira, depois da vitória da seleção sobre a Nigéria, também não caíram bem à IL. O Presidente da República admitiu que "o Catar não respeita os direitos humanos" e que há questões em torno de "toda a construção dos estádios e tal", mas acabou por relativizar: "Enfim, esqueçamos isto. É criticável, mas concentremo-nos na equipa."
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Este "não é um caso único em que o senhor Presidente da República demonstra, em declarações, uma enorme insensibilidade social", alerta Saraiva, porque "os direitos humanos não podem ser tratados desta forma, como infelizmente foram ontem desconsiderados".
Marcelo Rebelo de Sousa tem demonstrado que "consente o desrespeito pelos direitos humanos", estendendo-se as críticas liberais ao episódio das declarações sobre as centenas de denúncias de abusos na igreja, em que "também demonstrou enorme insensibilidade social".
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É algo que, remata Rodrigo Saraiva, não pode acontecer da parte de um "autointitulado Presidente dos afetos".