David Justino diz que a atuação de empresários como Joe Berardo floresceu durante o Governo de José Sócrates. Carlos César admite que existem "atos ou omissões criminais de pessoas que pertenciam a partidos".
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David Justino juntou-se ao coro de críticas a Joe Berardo: É "o retrato de uma certa classe de empresários que são autênticos vampiros".
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Esta quarta-feira no programa da TSF Almoços Grátis, o social-democrata condenou a atitude de um empresário que "viola tudo" e cuja inovação não reside na obra ou criação de riqueza, mas antes na "aldrabice".
Na comissão parlamentar de inquérito à CGD na sexta-feira, Joe Berardo disse que era "claro" que não tinha dívidas e que as obras de arte expostas no Centro Cultural de Belém (CCB) eram da Associação Coleção Berardo.
"É um caloteiro assumido, assume que não paga", mas "blindou-se recorrendo aos melhores advogados de forma a não ser atingido", acusou David Justino.
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Na cabeça de quem assiste a esta audição resta a dúvida: "Não há nada que se possa fazer a este senhor?"
Políticos culpados por "atos ou omissões"
Este foi um "ataque às instituições políticas", considera, a começar pela Assembleia da Republica, que expôs a "impotência do Estado e das instituições para lidar com este tipo de comportamentos"
Para David Justino, há mais pessoas a quem apontar o dedo pelo empréstimo milionário que ficou por pagar, até porque "tanto é ladrão aquele que rouba as uvas, como aquele que fica à porta da vinha".
"Este tipo de ditos empresários - especuladores, para não lhes chamar algo mais grave - teve acolhimento político com uma época que coincidiu com o Governo de José Sócrates", acusa.
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Em resposta, Carlos César admite que "estivemos perante atos ou omissões criminais de pessoas que pertenciam a partidos políticos".
"Para desgraça do nosso país vários dos nossos banqueiros foram endinheirados com o dinheiro dos bancos e atingindo notoriedade (...) não podemos dizer que não se tratam de ações imputáveis a partidos políticos".
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Com Anselmo Crespo e Nuno Domingues
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