Tal como o mês anterior, julho de 2023 foi o mais quente a nível global.
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O passado mês de julho foi o quinto mais seco em Portugal continental desde o ano 2000 e o mais quente a nível global, avança esta sexta-feira o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
O organismo destaca que, no final do mês de julho, registou-se "um aumento da área em seca meteorológica e da sua intensidade", tendo as áreas em seca severa e extrema aumentado "nas regiões do Alentejo e do Algarve",
"A 31 de julho 97% do território estava em seca meteorológica, dos quais 34% nas classes de seca severa e extrema", avança.
Os níveis de precipitação ficaram "abaixo do normal", um fenómeno que "deriva da prevalência, sobre a região dos Açores, de um sistema de altas pressões atmosféricas" - anticiclone dos Açores -, "que provocou um fluxo de norte/noroeste junto à região oeste da Península Ibéria, transportando ar marítimo mais húmido e tendencialmente mais frio".
"Este predomínio do regime anticiclónico, muito usual nos meses de verão, não permitiu que tivessem sido criadas condições para a ocorrência de precipitação em grande parte do território Continental", esclarece.
Ainda, tal como no mês anterior, julho de 2023 foi o mais quente a nível global, com um aumento da temperatura do ar médio estimado em 0.7 °C em relação à média do período 1991-2020.
Foram ainda registadas "ondas de calor de elevada intensidade e extensão" no Hemisfério Norte, em particular no sul da Europa. A temperatura média do ar registou, por isso, anomalias de mais 4 ºC na Itália, Grécia e Espanha.
O IPMA explica que este "fenómeno climático" está diretamente relacionado "com a circulação anticiclónica que transportou massas de ar muito quentes e muito secas, provenientes do Norte de África".