Lista VIP: reação dos partidos às audições dos representantes dos trabalhadores do fisco
Os deputados do PS e do PCP exigem que o Governo assuma as suas «responsabilidades políticas» no caso da alegada lista VIP de contribuintes. Já o PSD e o CDS-PP consideram que a audição dos representantes dos trabalhadores do fisco «não trouxe nada de novo».
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No final das audições parlamentares de hoje aos representantes sindicais dos trabalhadores da Autoridade Tributária e Aduaneira, a deputada do PS Isabel Santos disse aos jornalistas que «os diferentes dirigentes administrativos e políticos tinham conhecimento da existência da lista VIP que estabelecia uma estratificação e uma diferenciação no acesso à informação contida no cadastro fiscal dos contribuintes e nada fez».
Por sua vez, o deputado do PCP Paulo Sá afirmou que «o Governo tem uma responsabilidade política» pelo que aconteceu na AT, independentemente de a lista ter sido criada ou não com aval político.
Paulo Sá considerou que «foi violado o princípio da igualdade dos cidadãos perante a administração fiscal e o Governo tem de assumir a responsabilidade política pelo que aconteceu na AT».
Do lado da maioria parlamentar, o deputado social-democrata Duarte Pacheco afirmou que a audição de Paulo Ralha «não trouxe nada de novo» e que se tratou de um «ataque ao Estado de Direito».
No final da audição do presidente do STI, o deputado disse aos jornalistas que «aquilo a que assistimos hoje foi alguém que veio lançar suspeições e um rol de ataques, recusando-se a apresentar uma única prova, uma única testemunha quanto ao que veio aqui dizer, nomeadamente quanto à intervenção do Governo neste processo».
Também a deputada do CDS Vera Rodrigues considera que a audição de Paulo Ralha se resumiu a «um conjunto de insinuações e de especulações relativamente ao envolvimento do Governo numa suposta existência de uma lista VIP» na AT.
Para a deputada centrista, «é inaceitável que exista a designada lista VIP», mas as afirmações do presidente do STI «não só não provam qualquer envolvimento» do executivo «como lançam um conjunto suspeições sobre a idoneidade e a credibilidade da IGF, que são absolutamente inadmissíveis».