Em comunicado, o Grande Oriente Lusitano recordou que a Itália foi condenada por causa de uma lei que obrigava os candidatos a cargos públicos a dizerem se pertenciam à Maçonaria.
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Um dos principais ramos da Maçonaria em Portugal chama à atenção para eventuais violações da Convenção dos Direitos do Homem a propósito da polémica das ligações entre a Maçonaria, deputados e serviços de informação.
Num comunicado de página inteira publicado no Diário de Notícias, o Grande Oriente Lusitano «não aceita ser envolvido em assuntos que decorram de interesses empresariais conjunturais em que são projectadas posições anti-macónicas».
O grão-mestre do Grande Oriente Lusitano lembrou ainda uma recente decisão do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem que condenou a Itália por causa de uma lei numa região do país que obrigava os candidatos a cargos públicos a dizerem se pertenciam à Maçonaria ou a qualquer outra associação secreta.
«O Tribunal Europeu dos Direitos do Homem conclui que aquela lei 'constituía uma violação do artigo 14 (interdição da discriminação) da Convenção Europeia dos Direitos do Homem combinado com o artigo 11 (Liberdade de reunião e associação)'».
Numa alusão aqueles que dizem que os membros da Maçonaria devem assumir-se como tal, Fernando Lima esclarece que este é um exemplo que deve ser conhecido numa altura em que em Portugal alguns querem fazer «regredir Direitos Humanos arduamente conquistados».
Para o Grande Oriente Lusitano, a evocação deste acórdão é apropriada para aqueles que defendem esta regressão «uns por interesses gananciosos, alguns por vocação obscurantista e outros por oportunismo pseudo-moderno».
O líder do Grande Oriente Lusitano afirma ainda que os ataques contra a Maçonaria «vêm sempre eivados do mesmo ódio aos principios de Liberdade, Igualdade e Fraternidade e aos valores da Justiça e Razão».