Mais 900 vagas para médicos de família? "Uma excelente novidade" e "um bom sinal para o SNS"
Em declarações à TSF, o bastonário da Ordem dos Médicos e o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar mostram-se satisfeitos com a decisão do Ministério da Saúde de abrir mais 900 vagas para médicos de família.
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Carlos Cortes mostra-se muito satisfeito com a abertura de mais de 900 vagas para médicos de famílias, anunciada pelo ministro da Saúde. Para o bastonário da Ordem dos Médicos, todas as medidas para captar médicos para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) são bem-vindas.
"É uma excelente novidade, porque é precisamente aquilo que a Ordem dos Médicos tinha pedido há uma ou duas semanas. Todas as medidas que visem captar médicos para o SNS são boas medidas, tem havido vários modelos de incentivos, este é mais um desses modelos. Teremos que analisar depois concretamente quando ele for posto a funcionar, se é efetivamente um modelo", explica à TSF Carlos Cortes.
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O bastonário nota uma mudança no discurso do ministro da Saúde, algo que considera um "bom sinal" para o SNS.
"Há aqui uma mudança no discurso do ministro da Saúde. Ainda há relativamente pouco tempo, o ministro da Saúde dizia que tinha a esperança de captar 200 médicos de família, quando havia 355 médicos de família, jovens especialistas, agora disponíveis para serem contratados. Agora, em vez de 200, o ministro diz que vai abrir 900 vagas para a captação de médicos de família. É um sinal positivo, é um bom sinal para o SNS", defende.
"Finalmente o Ministério ouviu" os médicos
Também ouvido pela TSF, Nuno Jacinto, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, está igualmente entusiasmado com a decisão do ministro da Saúde e afirma que, "finalmente", o ministro ouviu o que os médicos andam a pedir há muito tempo.
"É uma notícia muito positiva, finalmente o Ministério ouviu aquilo que era uma pretensão dos profissionais desde há muitos anos, que era colocar todas as vagas disponíveis a concurso. Isto é muito importante, porque dá um sinal de que, finalmente, se está a querer atrair e reter os profissionais, disponibilizando para os colegas escolherem todas as vagas onde faltam médicos de família. Isto nunca tinha acontecido, portanto é muito positivo que tenha sido tomada esta medida e esperamos que se mantenha nos próximos anos", refere.
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Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar, não se resolve tudo com estas 900 novas vagas, mas é um primeiro passo.
"Será certamente um passo, não conseguimos resolver este problema só com uma medida ou com medidas no imediato. São precisas muitas coisas, mas esta era uma medida necessária. Faltam muitas outras, mas esta questão de disponibilizarmos para concurso todas as vagas, de não andarmos a selecionar só algumas com base em critérios que nunca foram muito bem percebidos, assim, abrimos o leque de escolha", sublinha.
O Ministério da Saúde vai abrir mais de 900 vagas para médicos de família. Em entrevista ao jornal Público, Manuel Pizarro compromete-se a atacar o problema da falta de médicos de família, abrindo todas as vagas disponíveis nos centros de saúde.
"Vamos abrir concurso para todas as vagas existentes no país. Vamos abrir mais de 900 vagas no concurso. Em todos os locais do país onde falta um médico de família nós abriremos uma vaga neste concurso", adiantou o governante, destacando duas "novidades".
"Haverá vagas carenciadas, isto é, vagas com remuneração aumentada em cerca de 40%, apenas para os ACES onde há mais de 25% de utentes sem médico de família. Criaremos um novo modelo, ainda limitado no número, só 20 vagas é que estarão neste novo modelo, em que os jovens médicos concorrerão para uma vaga num ACES no Norte do país, mas com o compromisso de estarem em mobilidade até ao dia 1 de janeiro de 2026, num ACES mais carenciado da região de Lisboa e Vale do Tejo", explicou.