Prigozhin terá morrido na queda do jato privado em que seguia na quarta-feira.
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O Presidente da República considerou esta quinta-feira a morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeni Prigozhin, "completamente irrelevante" para a guerra na Ucrânia, defendendo que o importante é perceber como é que o país invadido pode atingir os seus objetivos.
"Acho completamente irrelevante", comentou Marcelo Rebelo de Sousa, em declarações aos jornalistas, à saída do hotel em Kiev onde esteve instalado na última noite, para iniciar o regresso a Portugal.
Antes, João Gomes Cravinho, ministro dos Negócios Estrangeiros, tinha sido questionado pela TSF sobre Prigozhin e sobre o que se prevê que possa acontecer agora ao grupo Wagner.
"Ninguém ficou surpreendido com a morte de Prigozhin. Falta saber exatamente os termos, como é que aconteceu, como é que um avião de repente cai do céu, mas não é surpresa porque conhecemos a natureza do regime na Rússia. Não sei se terá uma consequência muito significativa em termos de condução da guerra. Prigozhin já tinha perdido o seu lugar cimeiro no Wagner, Putin já tinha tornado claro que não aceitaria que a Wagner desempenhasse o mesmo tipo de funções e, portanto, a nossa expectativa é que agora Putin procure colocar outras pessoas, em quem confia, à frente da Wagner para continuar a desempenhar o papel de instrumento de guerra para a Rússia", explicou João Gomes Cravinho.
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Prigozhin terá morrido na queda do jato privado em que seguia na quarta-feira e que fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo.
No fim de semana, o chefe de Estado e o primeiro-ministro estarão em São Tomé e Príncipe para a cimeira da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Em Kiev, o Presidente da República antecipou que iria reescrever a sua intervenção na cimeira para incluir a Ucrânia e a questão do apoio ao país invadido.
O assunto fez parte do encontro entre Volodymyr Zelensky e Marcelo Rebelo de Sousa, pela posição privilegiada que Portugal tem no contacto com os países de África.
Há países do continente africano que mantêm uma posição neutra ou ambígua em relação à invasão russa e outros que alinham com a narrativa de Moscovo, disse.
A Ucrânia quer recolher mais aliados em África para alargar o apoio da comunidade internacional e aumentar a pressão sobre o Kremlin, que iniciou uma invasão de larga escala há precisamente um ano e meio.