Marcelo e sucessão de Temido: "Resposta não é meramente ideológica, é largamente organizativa"
Presidente da República lembrou que gostava de uma gestão do SNS com uma maior independência política.
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Sem falar da demissão da ministra da Saúde, o Presidente da República afirmou que está à espera do pedido de exoneração e substituição de Marta Temido. Na universidade de verão da Juventude Social Democrata, Marcelo foi questionado sobre o perfil de quem vai substituir a ministra e deixou claro que vai esperar pelos esclarecimentos sobre as dúvidas que levantou quando deu luz verde ao estatuto do Serviço Nacional de Saúde mas, desde já, diz que o sucessor de Marta Temido não pode ser alguém que esteja preso à ideologia na nova gestão do serviço público de saúde.
"A resposta a esta questão não é meramente ideológica, é largamente organizativa e funcional. Ao promulgar o diploma sobre o Serviço Nacional de Saúde não escondi que vejo lá questões que espero ver mais claramente esclarecidas na sua regulamentação em dois domínios: o esquema de gestão de cúpula e o esquema da descentralização com a transferência das Administrações Regional de Saúde com a concentração do poder de gestão na direção executiva", explicou Marcelo.
Da parte que lhe toca, o Presidente lembrou que gostava de uma gestão do SNS com uma maior independência política.
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"Tenho uma preferência sobre a forma gestão do SNS para uma forma mais autónoma e independente do Ministério da Saúde, uma vez que a forma clássica demonstrou limites na sua eficácia. Vou esperar pela regulamentação para ver o que isso significa e se é fazível", acrescentou o Presidente.
Marta Temido apresentou a demissão esta terça-feira por entender que "deixou de ter condições" para exercer o cargo.
A demissão, já aceite pelo primeiro-ministro, foi noticiada de madrugada, mas de manhã fonte oficial do gabinete de António Costa disse à Lusa que a substituição da ministra da Saúde "não será rápida", adiantando que o chefe do Governo gostaria que fosse esta governante a concluir o processo de definição da nova direção executiva do SNS.
Marta Temido iniciou funções como ministra da Saúde em outubro de 2018, sucedendo a Adalberto Campos Fernandes, e foi ministra durante os três últimos três executivos, liderados por António Costa.