Fernando Leal da Costa diz que Marta Temido "fez mal em ter aceitado" recondução
Esta tarde, na emissão especial da TSF, os antigos secretários de Estado da Saúde falaram sobre a demissão da ministra, e sobre o futuro do SNS.
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O ex-secretário de Estado da Saúde do PSD, Fernando Leal da Costa considera que a saída de Marta Temido era inevitável, mas que o maior erro foi ter chegado a aceitar ser reconduzida no cargo. Leal da Costa entende que as condições de governabilidade "eram terríveis". "Claramente havia um atrito crescente entre os profissionais de saúde e a senhora ministra". O antigo governante rejeita que possa ter sido a morte de uma grávida, transferida do Hospital de Santa Maria para o São Francisco Xavier, em Lisboa, a desencadear a decisão. "Seguramente a ministra não terá qualquer tipo de responsabilidade", afirma.
Fernando Leal da Costa considera que Temido sai "pela porta baixa", e que "não merecia isso". Mas, sobre a falta de condições para Governar, rejeita que o problema da saúde em Portugal seja uma questão de dinheiro: "Talvez nunca tenha havido tanto dinheiro para cima do SNS como hoje em dia".
O problema, sublinha o antigo secretário de Estado, é "a forma como o dinheiro é alocado e distribuído. É um problema de governação", remata, lembrando que a capacidade negocial de Marta Temido com os agentes do setor estava cada vez mais limitada.
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Também presente nesta emissão da TSF esteve o ex-secretário de estado socialista, Francisco Ramos, que apontou como razão para demissão a existência de uma campanha, que terá sido conduzida nas últimas semanas contra a ministra. "Há grupos de profissionais que organizam reuniões para depois se encontrarem com outros dirigentes profissionais, apesar de depois porem um ar cândido e dizerem que tudo isso é para defender e chamar a atenção para os problemas do SNS", atirou o ex-secretário de Estado.
Francisco Ramos lamentou ainda a decisão de prolongar pelas próximas semanas o processo d substituição da ministra, razão pela qual diz haver razões para estar preocupado com o futuro da saúde no país.
"A saúde continua a ter um baixíssimo nível de prioridade. Esta situação da ministra Marta Temido estar demitida e aceitar que 2 ou 3 semanas seja o tempo para encontrar um sucessor preocupa-me porque a única leitura que posso fazer é a baixíssima prioridade que a saúde continua a ter na nossa política", afirmou Francisco Ramos.