"Mentira e incompetência." As conclusões da IL à gestão da TAP "que não é filme de série B"
As conclusões dos liberais não vão dar entrada na Assembleia da República. O prazo para propostas encerrou na segunda-feira à noite.
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A Iniciativa Liberal (IL) colocou-se fora de jogo e recusou apresentar propostas de alteração ao relatório da comissão de inquérito à TAP, já que, dizia Rui Rocha, o partido "não participa em farsas". Menos de 24 horas depois de encerrado o período para os partidos darem entrada com sugestões de alteração, o presidente liberal apresentou as principais conclusões do partido.
Os liberais falam em "ingerência política" do política e em "mentira" por parte dos governantes, e pedem que o socialismo "tire a mão" da gestão da companhia aérea. Até porque, lembrando as polémicas palavras do ministro da Cultura, "a TAP não é um filme da série B" porque já custou 3,2 mil milhões de euros aos contribuintes.
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Quanto a "ingerências políticas", Rui Rocha lembra "as reuniões secretas" entre um deputado do PS e a antiga CEO da TAP, Christine Ourmières-Widener, além do email de Hugo Santos Mendes, ex-secretário de Estado das Infraestruturas, a pedir a alteração de um voo para a viagem de Marcelo Rebelo de Sousa a Moçambique.
Sobre as "mentiras" encontradas pela IL, saltam à vista as palavras de Pedro Nuno Santos que, numa primeira fase, garantiu que não sabia o valor da indemnização de meio milhão de euros a Alexandra Reis.
"Sabia ou não sabia? Claro que sabia. Claro que houve mentira", remata
E os documentos classificados por João Galamba, já depois de iniciados os trabalhos da comissão de inquérito, são sinal de "falta de transparência" do Governo socialista. Rui Rocha nota que "quem classifica documentos, depois de iniciada uma comissão de inquérito, não está à procura de mais transparência".
Na opinião dos liberais, houve também "incompetência na gestão pública da TAP", o que leva o presidente do partido a pedir um ponto final: "O Estado não pode estar com a mão metida nas empresas públicas".
"Não é só a TAP que tem estes problemas, é também a CP, a Efacec ou a Transtejo. São inúmeras empresas públicas, que são geridas da mesma maneira", sublinha.
Rui Rocha apelida os deputados liberais como "campeões do escrutínio" ao Governo socialista. Ainda assim, além do escrutínio, "é preciso apresentar alternativas". Certo é que estas conclusões dos liberais não vão dar entrada na Assembleia da República.
No encerramento das jornadas parlamentares do partido, que decorreram na Madeira, Rui Rocha garantiu ainda que os liberais "não são daqueles que estão à espera para tirar uma senha para chegar ao poder". No entanto, mostrou-se confiante que "a coragem e a visão liberal vai transformar Portugal".