"Adão e Silva é a voz de Costa." IL aconselha Governo a "habituar-se à democracia"
Na Madeira, a cabeça dos liberais continua nas polémicas declarações de Pedro Adão e Silva.
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A polémica estalou com as palavras de Pedro Adão e Silva, mas para a Iniciativa Liberal (IL), o raciocínio partiu do primeiro-ministro. O líder parlamentar Rodrigo Saraiva acusa o ministro da Cultura de ser apenas "a voz" de António Costa, e aconselha a maioria absoluta a "habituar-se à democracia".
Os liberais estão a mil quilómetros de Lisboa, na Madeira, para as jornadas parlamentares do partido, mas as palavras do ministro da Cultura continuam a fazer eco entro os oito deputados da IL. E o discurso de abertura das jornadas ficou marcado, precisamente, pela "ingerência" socialista.
"Não nos deixamos distrair. Pedro Adão e Silva, quando fala, é a voz de António Costa. Posso dizê-lo hoje mais convicto do que nunca. Tivemos razão quando apresentámos a moção de censura ao Governo de António Costa", atirou Rodrigo Saraiva.
A IL acusa os socialistas de confundirem "maioria absoluta com poder absoluto", traindo até a promessa de António Costa na noite eleitoral, a 30 de janeiro do ano passado, comportando-se como "se não tivessem de prestar contas".
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"Alcançou se agora o pináculo ter um ministro da Cultura a demonstrar pouca cultura democrática que até outros socialistas já exigiram que se retratasse", disse, num elogio à reação do presidente da comissão de inquérito e deputado socialista, António Lacerda Sales.
E, dos liberais, fica o aviso a António Costa: "Não são os portugueses e os partidos da oposição que se têm que habituar à maioria absoluta, é mesmo António Costa que tem de se habituar à democracia".
Os liberais prometem continuar atentos, lutando pelo escrutínio ao Governo socialista, sem se deixarem condicionar por "rótulos" ou "etiquetas", lembrando a caracterização do primeiro-ministro de "queques que guincham".
"A Iniciativa Liberal continuará a remar sempre contra esta maré rosa, por mais que o PS procure desvalorizar a missão determinante da Assembleia da República. Não nos condicionam e não nos atemorizamos com os rótulos que nos tentam colar ou com as etiquetas que procuram impor-nos", alertou Rodrigo Saraiva.
Em entrevista à TSF e ao JN, Pedro Adão e Silva lamentou que a comissão de inquérito tenha contribuído para a "degradação da imagem das instituições e da democracia", com deputados como "uma espécie de procuradores do cinema americano de série B da década de 80".