Para diminuir votos "deitados ao lixo", IL propõe círculo de compensação nas legislativas
Rodrigo Saraiva fez as contas e garante que, desde o 25 de Abril, foram desperdiçados 8,2 milhões de votos.
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Só nas legislativas de 2022 foram "deitados ao lixo" cerca 670 mil votos, que não têm representatividade na Assembleia da República, pelo que a Iniciativa Liberal (IL) compromete-se a apresentar uma proposta para adicionar um círculo nacional de compensação nas eleições legislativas, o que obriga a mexer na lei eleitoral.
Parte dos votos nos distritos com menor representatividade não contam para a eleição de deputados, tendo em conta que o sistema eleitoral protege os partidos mais votados, dado o Método D'Hondt. Em 2022, o CDS-PP teve mais votos do que o PAN e do que o Livre, mas não conseguiu eleger qualquer deputado, ao contrário dos dois partidos que elegerem um deputado pelo círculo de Lisboa.
Numa intervenção nas jornadas parlamentares da IL, que decorrem na Madeira, o líder parlamentar Rodrigo Saraiva fez as contas e garante que, desde o 25 de Abril, foram desperdiçados 8,2 milhões de votos.
"O problema de representatividade ficou muito claro nas últimas eleições legislativas, já que houve 670 mil votos desperdiçados. Existem estudos que demonstram isso e contando já com estes votos das legislativas de 2022, na história da nossa democracia, já houve 8,2 milhões de votos que não tiveram representação na Assembleia da República", disse, socorrendo-se de "estudos académicos".
Na nova sessão legislativa, que arranca em setembro, os liberais comprometem-se a apresentar a proposta para que "haja maior representatividade" no Parlamento, tendo em conta que os círculos mais pequenos, como na Guarda ou em Castelo Branco, saem prejudicados dos atos eleitorais.
Na Assembleia da República, todos os partidos já assumiram que o círculo de compensação deve ser adicionado ao sistema eleitora português, tal como acontece nas eleições regionais dos Açores.