Militar acusado de ataque em Bissau nunca teve estatuto de asilo político em Portugal
O Governo português esclareceu hoje que o militar acusado de ter liderado um ataque em Bissau «não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal».
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Através do ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE), o Governo sublinha que o capitão Pansau N'Tchama, suposto líder do grupo que atacou um quartel na Guiné-Bissau e agora capturado, «não tem, nem nunca teve, o estatuto de asilo político em Portugal. O Estado português não se presta por isso, em nenhuma circunstâncias, a qualquer instrumentalização para efeitos de questões internas do poder militar em Bissau».
Numa nota a que a TSF teve acesso, o porta-voz do MNE recorda ainda que Portugal «condenou de forma clara mais um caso de movimentações militares a 21 de outubro, visto considerar que apenas pela via política pode a Guiné Bissau voltar ao caminho do desenvolvimento e da melhoria das condições de vida da sua população».
O Governo de transição guineense, formado na sequência do golpe militar de 12 de abril deste ano, exigiu hoje «uma explicação clara e justificada» de Lisboa sobre «a expedição terrorista do capitão Pansau N"Tchama à Guiné-Bissau», antes de «ser forçado a rever as suas relações com Portugal».
A exigência surgiu em forma de comunicado do Conselho de Ministros, após uma reunião extraordinária na sequência da prisão, no sábado, de Pansau N"Tchama, acusado pelas autoridades da Guiné-Bissau de ter sido o responsável por um ataque a um quartel no passado domingo, 21 de outubro, de que resultaram seis mortos.
Também hoje, o porta-voz do Estado-Maior das Forças Armadas guineenses, o tenente-coronel Daba Na Walna, afirmou que Portugal de forma «direta ou indireta sabia das movimentações» o capitão Pansau N'Tchama.