Montenegro diz que "este Governo de alguma maneira acabou" e vê Costa "sem força"
Social-democrata assinala que foi o próprio presidente do PS, Carlos César, quem notou que "aquilo que este Governo fez nestes 13 meses foi um falhanço".
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O líder do PSD, Luís Montenegro, defendeu este domingo que o atual Governo "de alguma maneira acabou" e assinalou que quem o disse não foi o próprio, mas sim, "o presidente do Partido Socialista", Carlos César.
"Este Governo de alguma maneira acabou e quem o diz não sou eu, quem o diz é o presidente do Partido Socialista", disse durante uma visita à Ovibeja, referindo-se à entrevista de Carlos César ao Público, em que este último afirma que o primeiro-ministro deve avaliar se há ou não necessidade de "algum refrescamento" no executivo.
Na reação a estas declarações, Montenegro assinalou que "independentemente da semântica, coisa que hoje é muito cara aos dirigentes do Governo e do Partido Socialista", Carlos César está a assumir, diz, "que aquilo que este Governo fez nestes 13 meses foi um falhanço e que estes governantes não servem, são precisos outros".
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Perante este cenário, o PSD diz estar à espera "com serenidade" que o primeiro-ministro, António Costa, possa vir a dar sobre o caso Galamba, mas também "da avaliação que o senhor Presidente da República já teve ocasião de dizer que iria fazer depois de conversar com o primeiro-ministro".
"Ou o Governo muda, ou o país tem de mudar de Governo"
Com críticas ao silêncio de António Costa - "onde anda?", perguntou - sobre a polémica, Montenegro avisa que Portugal "precisa de uma palavra de tranquilização, de uma palavra de motivação para o líder do Governo poder continuar a seguir o seu caminho".
"Se essa palavra não existe, se o primeiro-ministro se esconde atrás de todas estas polémicas, é mais uma demonstração de que ele está sinceramente sem força de liderança para continuar a exercer a função", avalia.
Luís Montenegro aponta, assim, que "ou o Governo muda, ou o país tem de mudar de Governo", algo que acontecerá "naturalmente através dos instrumentos que a democracia e a Constituição preveem".
Da parte do PSD, deixou a garantia de que o partido está "preparado para poder assumir a condução de uma política governativa que transforme a vida das pessoas para melhor".
O líder partidário acredita que, se forem chamados a votar, os portugueses "escolherão outro partido para liderar e esse partido é indiscutivelmente o PSD", sendo que a decisão de provocar eleições antecipadas está nas mãos do Presidente da República e do primeiro-ministro.
Numa entrevista publicada este domingo pelo Público, o presidente do PS considera ser preciso "maior rigor e disciplina" para evitar no Governo casos como os que têm envolvido a TAP.
"Estes factos que têm ocorrido têm que ser evitados. A coordenação interna do Governo melhorou bastante, sobretudo com as últimas modificações, até orgânicas. [...] Mas é importante que o primeiro-ministro se mantenha com grande atenção para a necessidade de ver, ministério a ministério, setor a setor, se há ou não necessidade de algum refrescamento", respondeu Carlos César ao jornal.
Questionado sobre a necessidade de uma grande remodelação no Governo socialista, o presidente do partido defendeu que o executivo "tem bons ministros e boas ministras", considerando que "alguns desses ministros ou ministras não cumpriram as expectativas" que havia sobre eles, enquanto "outros superaram-nas".