Montenegro diz que lei impõe despacho das Finanças e da tutela para ações dos CTT
O social-democrata disse ainda que aquela aquisição "foi feita à socapa, para satisfazer um negócio político no Parlamento".
Corpo do artigo
O líder do PSD, Luís Montenegro, afirmou esta sexta-feira que a aquisição de ações dos CTT pela Parpública carecia, por lei, da autorização por despacho conjunto do ministro das Finanças e do ministro da tutela, que à data era Pedro Nuno Santos.
"O ministro das Infraestruturas autorizou? Não autorizou? Vai-se lembrar nos próximos dias que autorizou ou vai-se lembrar nos próximos dias que não autorizou e, portanto, vai reconhecer que há aqui uma ilegalidade dentro do governo?", questionou.
TSF\audio\2024\01\noticias\05\vanessa_batista_psd
Em Braga, na abertura de um Conselho Nacional convocado expressamente para aprovar a coligação pré-eleitoral entre PSD, CDS-PP e PPM, Montenegro disse ainda que aquela aquisição "foi feita à socapa, para satisfazer um negócio político no Parlamento".
Na quinta-feira, Pedro Nuno Santos afirmou que acompanhou e concordou com a aquisição de 0,24% das ações pelo Estado, mas sublinhou que não conduziu o processo.
Criticou também a privatização dos CTT, feita por um Governo do PSD. Para Montenegro, esta crítica revela "desfaçatez política e, até, atrevimento".
O líder do PSD lembrou que a privatização foi "imposta" por um memorando de entendimento que o PS subscreveu e instou o Governo a explicar o porquê da aquisição das ações, em 2021.
"Será um processo de nacionalização crescente?", referiu.
Para Montenegro, a compra das ações "foi feita à socapa, para satisfazer um negócio político no Parlamento com os partidos da extrema-esquerda".
O líder do PSD disse que a privatização não foi "assim um negócio tão mau", lembrando que o Estado arrecadou cerca de 900 milhões de euros com o processo.
"É quase o dobro da valorização bolsista da companhia hoje", frisou.
Para o líder do PSD, este processo da compra de ações é sintomático da forma de fazer política de Pedro Nuno Santos.
"Portugal precisa de sentido de responsabilidade, Portugal precisa de moderação, Portugal precisa de ambição e de capacidade de decisão", afirmou.
Mas "a capacidade de decisão não se mede pela impulsividade de quem acorda um dia e pensa uma coisa e acorda no outro e pensa uma coisa contrária", acrescentou.