Pedro Nuno adianta que "obviamente" sabia e concordou com compra de ações dos CTT
O ministro das Infraestruturas à data do negócio reconhece que sabia deste, mas ressalva que não deu quaisquer instruções ao ministro das Finanças para avançar.
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O secretário-geral socialista considerou esta quinta-feira que o PSD deve pedir desculpa pelas consequências da privatização dos CTT e adiantou que, enquanto ministro, acompanhou e concordou, mas não conduziu o processo de compra de 0,24% de ações pelo Estado.
"Obviamente que sabia e concordo com aquilo que foi feito", apontou sobre o negócio, ressalvando que enquanto então ministro das Infraestruturas, que tutela o setor, não dava "instruções ao Ministro das Finanças para comprar ações".
Em declarações aos jornalistas, na Assembleia da República, Pedro Nuno Santos acusou também o líder social-democrata, Luís Montenegro, de ter deturpado declarações suas, breves, que proferiu na quarta-feira, contrapondo que, "em momento algum", disse que desconhecia essa operação.
Hoje, em Braga, o líder do PSD, Luís Montenegro, classificou como uma "bandalheira" a questão da compra de ações dos CTT pela Parpública e acusou o ex-ministro Pedro Nuno Santos de pretender "sacudir a água do capote" neste processo.
Pedro Nuno Santos reagiu: "Quero lamentar a forma como o líder do PSD decidiu fazer combate político".
"Há limites, temos de respeitar os nossos adversários e eu respeito Luís Montenegro. Há coisas que não faço, desde logo atribuir ao meu adversário declarações que ele não fez", completou o novo líder dos socialistas.
Sobre a forma como foi feito o negócio, Pedro Nuno Santos garantiu que a lei "foi cumprida" e que nada pode "ensombrar coisa nenhuma", apelando a que se faça o debate político "como adultos".
"É isso que é suposto e, portanto, não há aqui nada de extraordinário com este processo. O Estado fez, através da Parpública, compras e essa decisão é uma decisão do Governo, obviamente não é um ministro setorial que dá instruções ao Ministro das Finanças", insistiu.
Pedro Nuno Santos argumenta que a operação não foi tornada pública para que se pudesse "proteger da melhor forma o interesse nacional", o que exigia, "discrição, essa é a minha leitura".
"Eu não conduzi o processo, não sou responsável por ele, não sou ministro das Finanças nem lidero a Parpública. Aquilo que eu julgo ter acontecido foi exatamente isso, proteger o interesse nacional, garantir que não iria haver um inflacionamento dos preços", rematou.