Público, social e privado. Montenegro diz a Marcelo que quer "pacto nacional para a Saúde"
O líder do PSD realçou que não gostou de ouvir as declarações do presidente executivo do SNS, que alertou que novembro pode ser um mês dramático se não houver acordo entre o Governo e os sindicatos dos médicos.
Corpo do artigo
O presidente do PSD, Luís Montenegro, propôs a Marcelo Rebelo de Sousa, esta quarta-feira, um pacto nacional para a saúde que envolva também o setor privado e social. Depois de ter solicitado uma audiência ao Presidente da República para transmitir a preocupação com o "caos" no setor, o social-democrata responsabilizou os Governos de António Costa pela degradação que encontra na resposta pública na área da Saúde e sugeriu que só com a participação ativa de outros setores será possível atenuar os problemas.
"Estamos a caminho de cumprir nove anos de Governo do Partido Socialista. António Costa quis dar ao país uma solução para o Serviço Nacional de Saúde que não resultou, foi um fracasso completo e resultou no caos que está iminente. Impõe-se que pelo menos haja o bom senso de projetar a Saúde dos portugueses para as próximas duas ou três décadas. Isso pressupõe que o Governo deixe de decidir sempre em cima do joelho", afirmou Montenegro aos jornalistas à saída da audiência.
Além disso, o líder do PSD realçou que não gostou de ouvir, na terça-feira, as declarações do presidente executivo do SNS, que alertou que novembro pode ser um mês dramático se não houver acordo entre o Governo e os sindicatos dos médicos.
"Evitar que, por um lado, o ministro da Saúde apareça a funcionar como diretor executivo do SNS e o diretor executivo do SNS apareça a apresentar-se como ministro da Saúde. O que aconteceu ontem foi uma coisa extraordinária. O ministro da Saúde e o diretor executivo do SNS aparecem a rivalizar em termos de ocupação do espaço público e da comunicação política com duas entrevistas, uma a seguir à outra, tentando um justificar o trabalho do outro. O setor da saúde precisa de uma diligência forte com uma dimensão estratégica e estrutural", explicou o presidente do PSD.
Para Montenegro, mesmo que exista acordo entre o Governo e os médicos não se vão resolver os problemas de fundo que, na opinião do partido, só são ultrapassados com um pacto nacional para a Saúde.
"É preciso que o Governo dê tranquilidade ao povo português e promova a paz e a estabilidade com os médicos. Acreditamos que é possível que se chegue a um acordo e que o país saiba a verdade. Não podemos ter a falsa expectativa de que todos os problemas no SNS estão dependentes da obtenção desse acordo", acrescentou.