Líder do PSD pediu uma audiência urgente com o Presidente da República depois de ouvir o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde avisar que se os médicos não chegarem a acordo com o Governo, novembro poderá ser o pior mês dos últimos 44 anos no SNS.
Corpo do artigo
O presidente do PSD vai reunir esta quarta-feira com Marcelo Rebelo de Sousa para lhe pedir que exija ao Governo uma resposta para o caos nos hospitais previsto para novembro. Luís Montenegro diz ter ficado muito preocupado com as declarações do diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, em que este avisou que se os médicos não chegarem a acordo com o Governo, na sexta-feira, novembro poderá ser o pior mês dos últimos 44 anos no SNS.
TSF\audio\2023\10\noticias\24\eduardo_pinto_montenegro_sns
Foi, ao fim da tarde, à saída do Hospital de Chaves, um dos que em novembro poderá ficar sem médicos em vários serviços, que Luís Montenegro comentou pela primeira vez o aviso de Fernando Araújo. "Vemos com muita, muita, muita preocupação aquilo que o principal responsável pela gestão do SNS diz ao país", sublinhou, salientando que novembro é daqui a sete dias e "é motivo para intranquilizar a população portuguesa de uma forma transversal".
O líder do PSD realçou que o aviso do diretor executivo do SNS parece "um grito ou de incapacidade, impotência para resolver a organização do SNS, nomeadamente a componente das urgências e não só".
Ou então, frisou "é um grito de desespero para que o poder político, o Governo, o Ministério da Saúde, o primeiro-ministro possa efetivamente dar condições de funcionamento a uma direção executiva que esteve um ano para ter os seus estatutos aprovados e que, manifestamente, não está confortável com a situação que tem diante de si".
Preocupado com a situação, Montenegro cancelou a agenda desta quarta-feira, no distrito de Vila Real, para reunir com o Presidente da República, às 13 horas, no Palácio de Belém, em Lisboa.
Também o presidente da Câmara de Chaves, o socialista Nuno Vaz, alertou na segunda-feira para um mês de novembro crítico no hospital daquela cidade devido à indisponibilidade dos médicos para realizar mais horas extraordinárias além das 150 previstas na lei, podendo vir a ser afetados os serviços de urgência pediátrica, internamento e urgência de ortopedia e urgência médico-cirúrgica.
O autarca teme uma perda significativa da capacidade de resposta daquela unidade hospitalar que serve os concelhos de Chaves, Boticas, Montalegre e Valpaços, e avisou para os "constrangimentos e congestionamentos" decorrentes da concentração de serviços na sede social do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), em Vila Real.
Luís Montenegro está a cumprir uma visita de três dias ao distrito de Vila Real, entre segunda e quarta-feira, no âmbito do programa "Sentir Portugal" que tem como objetivo o contacto com a realidade local.
Notícia atualizada às 20h28