Falta de médicos vem desde "viragem do milénio" e Pizarro ou Marta Temido "não são os responsáveis"
Os resultados da sondagem TSF/DN/JN desta quinta-feira não surpreendem o antigo diretor-geral da Saúde.
Corpo do artigo
Antes do encontro de sexta-feira com o Ministério da Saúde, os sindicatos dos médicos vão reunir-se esta quinta-feira às 15h, remotamente. O objetivo é acertar os detalhes de uma proposta conjunta que as duas estruturas sindicais vão apresentar ao Governo.
A sondagem TSF/DN/JN publicada esta quinta-feira revela que a maioria dos inquiridos culpa o Governo pelo conflito que se arrasta na saúde. São 61%. E metade dos que responderam neste inquérito concorda com o prolongamento do protesto dos médicos. Resultados que não surpreendem o antigo diretor-geral da Saúde Francisco George.
17231906
"O problema não tem a ver com Manuel Pizarro, Marta Temido, Paulo Macedo. Tem a ver, muito antes, com as questões que foram levantadas antes da viragem do milénio e relembro que em 1999 o Presidente Jorge Sampaio organizou encontros na perspetiva de debater as questões que considerava mais importantes para a saúde portugueses. Reparemos: o problema da falta de médicos. Em 1997, mais de 1400 estudantes que tinham uma média de liceu de 17 valores não conseguiram entrar na Faculdade de Medicina. No ano seguinte repetiu-se. Só em 1997 e em 1998 há três mil médicos, que seriam os médicos especialistas seniores, que não temos e precisamos deles", explicou no Fórum TSF Francisco George.
TSF\audio\2023\10\noticias\26\francisco_george_muito_de_tras
Na opinião do antigo diretor-geral da Saúde, as acusações que se têm feito a Manuel Pizarro, aos sindicatos e a Fernando Araújo são desnecessárias e não resolvem o problema.
"Estas figuras não são as responsáveis pelos problemas atuais, é um problema que envolve, em termos de responsabilidade, todos os portugueses e, em especial, aqueles que desempenharam nestes últimos 25 anos funções de liderança", defendeu na TSF o antigo diretor-geral da Saúde.