Músicos portugueses atacados em Madrid por neonazis: "Lembro-me de levar com gás-pimenta e fugir"

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Quatro músicos portugueses foram agredidos, em Madrid (Espanha), na última noite de sábado, por um grupo neonazi. As vítimas, pertencentes a duas bandas de rock do Barreiro, atuaram numa associação cultural, que é uma sede do Partido Comunista local
Ouvido pela TSF, Bruno Catarino, baixista da banda Conan Castro & The Moonshine Piñatas, descreve o que aconteceu: "Disseram duas ou três coisas, não me recordo o quê, atacaram-nos e nós ficámos sem perceber o porquê."
O espetáculo já tinha terminado, já passava da meia-noite e os artistas já estavam a "dirigir-se para os locais onde iam pernoitar". Bruno estava a chamar o Uber, até que "chega um grupo": "Não sei quantos é que eles eram, mas mais de três".
"Eles dirigiram-se à porta do local onde nós tínhamos estado a tocar, mas como estava fechado, decidiram dar meia-volta e vieram ter connosco. O que eu me lembro é de ter levado com um spray de gás-pimenta no olho e desatar a fugir."
Os agressores fugiram do local, as vítimas chamaram depois a polícia. Bruno Catarino revela que não conseguiu identificar quem os atacou: "Não me apercebi nem de indumentárias, nem se tinham cabeças rapadas, não faço a mínima ideia. Eu não tive mesmo tempo nenhum de ver nada. Fui logo o primeiro a ser atacado e fui logo o primeiro a fugir, provavelmente. Eu não me consegui aperceber, de facto, como é que eles estavam vestidos, nem quantos eram."
O baixista conta que ainda tem mazelas, mas "aos poucos vai recuperando": "A luz ainda me faz alguma confusão, tenho o olho inchado. Ontem não consegui ir trabalhar, não conseguia mesmo."
O jornal Expresso adianta que os agressores são neonazis. A imprensa local salienta que este grupo dedica-se a invadir qualquer ação social com a qual não concorda.