Carneiro quer salário mínimo "na casa dos 1100 euros" e valorização dos "rendimentos médios"
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Um salário mínimo em Portugal mais próximo dos valores atuais de Espanha, cujo montante ronda os 1100 euros. A ideia é defendida por José Luís Carneiro. Numa entrevista à TSF e ao Diário de Notícias, o candidato à liderança do Partido Socialista quer "continuar a trajetória de valorização dos rendimentos médios".
"Aquilo que proponho é até ao fim da legislatura, podermos aproximar o salário mínimo nacional daquele que é o valor que temos hoje em Espanha, que anda na casa dos 1100 euros, e ao mesmo tempo continuar a trajetória de valorização dos rendimentos médios, e não apenas pela via a valorização salarial, mas também pela via da diminuição do IRS. Para 2024, o custo dos cortes no IRS é de 1700 milhões de euros. Ou seja, são 1700 milhões de euros que ficam, digamos, nas famílias e que não são cobrados pelo Estado", afirma José Luís Carneiro.
Relativamente às pensões, o socialista assegura que não vai "prometer tudo e a todos", como "estão a fazer" o PSD e Luís Montenegro.
"Nós depois verificámos que, afinal, o Dr. Luís Montenegro não estava a falar de todos os pensionistas, estava a falar daqueles que são beneficiários do complemento solidário para idosos. E depois da explicação do líder parlamentar do PSD, aquilo que nós defendemos, em relação ao complemento solidário para idosos, é o de garantirmos maior automaticidade na sua atribuição e verificarmos como é que poderemos alterar o valor do cálculo de rendimentos dos filhos desses idosos para podermos ajustar a resposta de modo que os idosos não fiquem tão dependentes da vontade dos seus filhos", explica.
Questionado se vão retirar os filhos do cálculo do rendimento, José Luís Carneiro responde que terá de "avaliar".
"Tem de se avaliar o impacto orçamental da medida, é o de podermos alterar o valor a partir do qual pode ser atribuída a prestação complemento solidário para idosos. Portanto, tem que ver com a modelação e não com a retirada do cálculo de rendimentos dos filhos. Por outro lado, eu lembro que o PS, no Governo, não apenas repôs pensões, como valorizou as pensões. A proposta do Orçamento do Estado para o próximo ano mantém uma valorização das pensões. Tem vindo a ser um quadro muito semelhante, aliás, à valorização dos próprios salários. Desde 2015 que temos vindo a manter um crescimento dos salários, quer o salário mínimo nacional, que na minha proposta agora", acrescenta.