"Não estamos à frente da Europa, estamos mais na cauda. E temos andado um bocado devagar"
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O antigo primeiro-ministro Francisco Pinto Balsemão aponta como "inacreditável o tempo que tudo demora" em Portugal, cenário que parece agravar-se com o Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), e lamenta que no país pareça "que não há pressa".
Convidado especial do Bloco Central desta semana, com Pedro Siza Vieira e Pedro Marques Lopes, o líder dos VII e VIII Governos Constitucionais considera prioritária a reforma do poder judicial, criticando "o tempo que tudo demora, é inacreditável".
Partindo do exemplo do PRR, Pinto Balsemão sublinha que em muitas das suas fases lê-se que "aguarda a regulamentação" e que, depois de vir a regulamentação, "aguarda a regulamentação específica".
"Eu não sei bem o que é que é a regulamentação específica de uma regulamentação, que já é específica por natureza", comenta, arrancado gargalhadas aos restantes elementos do painel do programa da TSF.
Esta "lentidão" dos processos administrativos leva Pinto Balsemão a notar que "parece que não há pressa" e que Portugal devia tê-la "porque não estamos, realmente, à frente da Europa, estamos mais na cauda da Europa. E nós temos andado um bocado devagar".
A "mentalidade de lentidão, de regulamentação, de [quem] aguarda e não anda para a frente" faz com que, no país, "uma coisa que se pode decidir num dia demore dez" e, para o ex-primeiro-ministro, "o que falta sobretudo a Portugal" é resolvê-lo.
Pode ouvir esta versão alargada do Bloco Central na TSF depois das 19h00 desta sexta-feira, em permanência em tsf.pt e nas plataformas de podcast (Spotify, Apple e Google).