O Presidente da República rejeita a hipótese de dissolução do Parlamento e garante que não é refém da oposição nem do Governo.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, descarta, para já, a hipótese de dissolver o Parlamento e garante que não é refém da oposição nem do Governo.
"Em termos populares a questão é muito simples: o Presidente não está no bolso da oposição nem do Governo, está no bolso dele. Não faz sentido estar a falar em dissolução de dois em dois meses. Faz sentido a oposição aparecer como alternativa aos olhos dos portugueses e o Governo governar bem para não deitar fora as vantagens de ter maioria. A função do Presidente é estar atento, independente no seu juízo olhando para o bem do país num determinado momento", explicou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas na inauguração do Centro Interpretativo de homenagem ao soldado Milhões, herói da I Guerra Mundial, em Valongo de Milhais, concelho de Murça.
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Os jornalistas relembraram o caso de Jorge Sampaio que, enquanto Presidente da República, acabou com um Governo ao fim de quatro meses. No entanto, Marcelo considera que a situação não é igual. Não havia guerra nem inflação e defende que, neste momento, não faz sentido abrir uma crise política apesar da insistência da oposição.
"A maioria era liderada por um primeiro-ministro que não tinha ido a votos, tinha substituído aquele que tinha ido a votos. É uma diferença e havia uma alternativa óbvia. Um partido hegemónico. Se somarem isso tudo, não há paralelo. Cada situação é diferente, como houve outras dissoluções, com outros Presidentes da República, completamente diferentes. Os portugueses esperam que o Governo governe mais e melhor. A oposição tem de mostrar que há uma alternativa", acrescentou o Presidente.