Santos Silva e reunião com CEO da TAP: "Não se repetirá, porque as pessoas vão aprendendo"
"Nas reuniões de natureza política, devem participar pessoas que estão investidas em funções políticas", refere o presidente da Assembleia da República.
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O presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, considera que episódios como a reunião da presidente-executiva da TAP com elementos do grupo parlamentar do PS e membros do Governo na véspera de uma audição parlamentar não vai voltar a repetir-se e pede que se distinga o caráter político do técnico.
"A minha recomendação é que se distinga bem o que é o caráter político e o caráter técnico. Nas reuniões de natureza política, devem participar pessoas que estão investidas em funções políticas. É também muito importante que sejam preservadas as relações institucionais. O nível de informalidade, como se as pessoas se conhecessem, mesmo que aconteça, não deve ser misturado com a natureza de uma relação institucional", disse Augusto Santos Silva aos jornalistas em Tábua, onde participou na celebração dos 170 anos do município.
Por isso, o Presidente da Assembleia da República acredita que não voltará a acontecer: "Este é um episódio que julgo que não se repetirá, porque as pessoas vão aprendendo."
"Os grupos parlamentares que apoiam um Governo e esse Governo podem e devem ter reuniões periódicas, ao nível político adequado, mas essas reuniões não devem envolver outras personalidades que, pelo seu perfil mais técnico ou pelas responsabilidades que têm - seja à frente da administração direta do Estado, seja à frente da administração indireta ou à frente do setor empresarial do Estado", afirmou o presidente da Assembleia da República.
Para Augusto Santos Silva, personalidades de perfil mais técnico, como é o caso de Christine Ourmières-Widener, "não devem participar em encontros de natureza mais política".
Augusto Santos Silva garante que não teve conhecimento dessa reunião. "Eu não participo nas atividades do meu grupo parlamentar, a não ser as jornadas parlamentares", assegura.
"Do ponto de vista institucional, a mim compete-me promover a constituição das comissões parlamentares que são objeto de aprovação do plenário e acompanhar e incentivar os seus trabalhos", explica Augusto Santos Silva, defendendo que as relações entre o Presidente da República e o Parlamento "não podiam ser melhores".