Ana Catarina Mendes quebra tabu: "Prefiro que o PS tenha uma maioria absoluta"
A líder parlamentar do PS pede uma maioria absoluta socialista, e diz não recear as palavras. No programa Princípio da Incerteza, da TSF e CNN Portugal, Ana Catarina Mendes apelou ao voto no PS.
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Ana Catarina Mendes quebrou o tabu e recorreu à palavra "absoluta" para descrever a maioria que o Partido Socialista pretende alcançar a 30 de janeiro. No programa O Princípio da Incerteza, que passa na TSF, a líder parlamentar do PS afirma que não tem receio em pedir a maioria absoluta porque, defende Ana Catarina Mendes, os portugueses conhecem bem a capacidade de diálogo de António Costa.
Ana Catarina Mendes defendeu ainda que Portugal entrou "numa crise política desnecessária", que "não merece", e que a solução é votar no PS nas legislativas.
"Prefiro que o Partido Socialista tenha uma maioria - e não tenho nenhum receio, é a Ana Catarina a dizer -, uma maioria absoluta", declarou a socialista, que elogia a capacidade de Costa em criar pontes. "As características de António Costa são de um homem de diálogo, conhecem-no tão bem quanto eu. Teve maioria absoluta na Câmara Municipal [de Lisboa], isso não fez dele um tirano, um déspota, antes pelo contrário."
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O vocábulo "absoluta" tem sido evitado pelo primeiro-ministro, que, há dias, em entrevista à CNN, pediu "metade mais um" dos deputados nas eleições de janeiro.
Fugindo da palavra "absoluta" - como dita a tradição socialista - e até dos adjetivos "reforçada", "estável" e "duradoura", a que já tinha recorrido, em substituição, António Costa preferiu pedir "uma maioria que permita governar durante quatro anos". Há dias, em entrevista à CNN, o primeiro-ministro respondeu que "absoluta" não queima na língua, mas retificou que é metade dos deputados e "mais um" que o Partido Socialista quer eleger: "Não é questão de queimar. Maioria é maioria. O que é maioria? É metade mais um."
Na noite de domingo, o atual primeiro-ministro também disse que "a única forma de uma maioria progressista em Portugal, que não dependa dos liberais e da extrema-direita, é com uma maioria do PS". O líder socialista admitiu, no entanto, que "uma maioria não significa governar sozinho", lembrando os tempos na Câmara de Lisboa, onde governou "com e sem maioria".
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