O impacto foi sentido sobretudo na região Norte, mas, no geral, os hospitais adotaram uma estratégia concertada de diminuir a realização de transplantes. Mas a coordenadora nacional da transplantação garante que ninguém morreu por necessidade de uma operação deste tipo.
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Depois de Susana Sampaio, presidente da Sociedade Portuguesa de Transplantação, ter avançado à TSF que as intervenções cirúrgicas de transplantação diminuíram para perto de metade durante a crise na saúde desencadeada pela Covid-19, é a vez de Margarida Ivo da Silva, coordenadora nacional da transplantação, admitir que as unidades de saúde só fizeram transplantes urgentes durante este período.
No entanto, Margarida Ivo da Silva garante que ninguém morreu por falta de um transplante. "Não se correm riscos e não podemos ir mais longe do que o que fomos nesta fase. Embora não haja registo de nenhum paciente infetado através da transplantação de órgãos, há um risco envolvido hipotético que temos de considerar, e por isso temos de ter toda a qualidade e segurança neste serviço."
Apesar de reconhecer que a estratégia nacional de transplantação passou por reduzir a atividade aos casos muito urgentes, Margarida Ivo da Silva assegura: "Ninguém morreu por falta de um transplante durante a pandemia."
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A atividade só será retomada na totalidade depois de uma atenuação acentuada dos surtos. "Só se recupera quando a pandemia passar e quando for possível conviver alegremente com o novo coronavírus", argumenta a responsável, para quem é importante "dar passos cautelosamente para que nenhum doente fique infetado".
O Norte foi a região mais afetada por esta quebra nas cirurgias de transplantação de órgãos, de acordo com a coordenadora. "Foi sobretudo no Norte, onde houve um impacto maior da Covid-19 em Portugal, que houve uma maior taxa de redução da transplantação."
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