Elementos de mais dois júris de avaliação criticam a alteração de regras durante o processo e incumprimento de metas das bolsas a atribuir pela Fundação para a Ciência e Tecnologia.
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O ministro da Educação, Nuno Crato, vai estar esta manhã no Parlamento para o debate de atualidade pedido pelo Partido Socialista. Em cima da mesa está a convulsão que vai em torno das bolsas de doutoramento e pós-doutoramento atribuídas pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).
Nos últimos dias, foram surgindo notícias de demissões e do mal-estar entre os júris responsáveis pelas candidaturas em várias áreas, depois da FCT ter alterado os resultados dos concursos.
O painel de avaliadores de Antropologia, Demografia e Geografia escreveu uma carta a pedir esclarecimentos, de que aguarda resposta até esta sexta-feira da FCT.
Também o júri de avaliação de Ciências da Educação enviou uma carta. O coordenador, José Pacheco, explica que a FCT tinha prometido que 10 por cento dos candidatos iriam receber bolsa. Na prática, apenas 6,5% dos candidatos desta área foram aprovados.
Na área das Geociências, um dos avaliadores demitiu-se (no fim de novembro) a meio do processo, já depois de várias reuniões entre os membros do júri.
À TSF, Rui Pena dos Reis, professor catedrático do Departamento de Ciências da Terra de Coimbra, explica que o coordenador, com o acordo da FCT, alterou, a meio do jogo, alguns critérios de avaliação definidos de início e que orientaram os candidatos.
Do outro lado, o coordenador do painel de avaliação da área das Geociências, Fernando Ornelas, nega qualquer irregularidade e garante apenas cumprir as regras do FCT.