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A TSF visita esta segunda-feira o maior foco de poluição em Portugal
A refinaria em Sines produziu, no ano passado, mais de dois milhões e 600 mil toneladas de dióxido de carbono. Quem vive e trabalha nesta cidade nota algumas medidas para reduzir a emissão de gases com efeito de estufa, mas garante que não existe uma transição ecológica.
Bruno Candeias trabalha no Complexo Industrial de Sines e recupera uma imagem antiga para descrever a cidade: "Sines, como alguém dizia há muitos anos, é um barril de pólvora, é uma cidade que está envolvida por um complexo industrial pesado e ligado aos combustíveis fósseis, quer a refinaria, quer a petroquímica e outras indústrias subsequentes. É uma coisa de longo prazo e, portanto, têm um efeito cumulativo e que também aumentará o risco de cancros, por exemplo."
Bruno é também ativista em defesa do ambiente e admite, em declarações à TSF, que os efeitos da poluição não são imediatos, mas o futuro não augura nada de bom, até porque não se está a assistir à redução da utilização de combustíveis fósseis. Em Sines, "assiste-se a uma grande transformação que, na realidade, não é transição, é uma transição falsa".
Estão anunciados para Sines mais projetos, como o centro de dados e uma fábrica de baterias, que preocupam Bruno Candeias, até porque são baixas as expectativas para a COP30, a cimeira que está a discutir, no Brasil, formas de lidar com as alterações climáticas causadas por ações humanas.
Sublinha que há "muita propaganda" e, pelo contrário, "muito poucas medidas concretas quer das empresas, quer dos governos". Por isso, há "pouca margem para acreditar" que este ano algo mudará e, à medida que o tempo passa, "está-se a ficar pior".