O grito de um jovem casal contra a especulação e o apelo ao governo para uma nova lei do arrendamento
Conheça a história de Sara e Pedro, um jovem casal com dificuldades para arrendar casa no centro de Lisboa.
Corpo do artigo
Sara e Pedro, jovem casal de namorado, decidiram ir viver juntos aos 25 anos, após as respetivas licenciaturas, um em antropologia, outro em economia. Ambos estão a entrar agora no mercado de trabalho, ela como bolseira, ele com contrato.
A dor de cabeça começou quando olharam para os respetivos ordenados e para o preço das rendas. Tentaram concorrer ao arrendamento jovem, à porta 65, mas os rendimentos em conjunto ultrapassam os valores exigidos por lei.
TSF\audio\2023\02\noticias\15\ana_maria_ramos_4_jovem_casal
Com os 600 euros que definiram como teto máximo a pagar pelo arrendamento, dentro de Lisboa, viram sótãos, caves e pouco mais. Acabaram por alugar um T1 na Amadora por 650 euros, sem condições para lavar e estender roupa. Têm autocarro à porta para ir até ao metro, um trabalha na zona de Santos, outro em Arroios. Seis meses depois de desistirem de procurar casa no centro de Lisboa nos sites de imobiliário, ainda receberam um aviso que uma das casas que viram, em setembro, a 695 euros, voltava a estar disponível quatro meses depois, mas com uma renda de 895 euros. Mais 200 euros por umas águas-furtadas com 45 metros.
Agora, o drama é a duração do contrato de arrendamento de três meses. Não querem pensar muito no futuro. Não dá nem para pensar num filho, nem sequer em férias. Mas...com um sorriso nos lábios, concluem que ainda conseguem ir jantar fora à sexta-feira, de vez em quando.