"O meu adversário é mesmo Luís Montenegro." Pedro Nuno aponta Chega como "batata quente" do PSD
Pedro Nuno Santos acusa o líder do PSD de ter usado uma "linguagem extremada, panfletária e muito pouco própria de quem quer governar o país".
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O candidato a secretário-geral do PS Pedro Nuno Santos assume que o seu adversário "é mesmo Luís Montenegro" e sublinha que o Chega "é uma batata quente" dos sociais-democratas.
Pedro Nuno Santos foi este sábado confrontado pelos jornalistas sobre as palavras do líder do PSD durante o 41.º Congresso do partido. À margem de um encontro com simpatizantes, em Viana do Castelo, o antigo ministro sublinha que o discurso de Montenegro foi "cheio de ataques, de críticas e numa linguagem extremada, panfletária, muito pouco própria de quem quer governar o país".
"Ouvi o discurso com atenção, estava com expectativa para ouvir o que é que o PSD tinha a dizer aos portugueses sobre os seus problemas, sobre as suas ambições, e sobre isso não ouvimos uma única palavra", lamentou, acrescentando que o social-democrata dirigiu críticas a uma "experiência governativa que os portugueses guardam com uma memória boa, por oposição a um governo onde Luís Montenegro foi líder parlamentar e infligiu sofrimento ao povo".
Questionado sobre o facto de o presidente do PSD ter ignorado os restantes candidatos e partidos e se essa seria uma boa premissa, Pedro Nuno Santos assume que o seu único adversário "é mesmo Luís Montenegro".
"Aquilo que eu, enquanto cidadão, e mesmo enquanto adversário, gostava de ouvir para fazermos um confronto político muito mais útil para o povo português eram ideias para o país e isso esteve absolutamente ausente", reforçou.
Pedro Nuno Santos fala ainda numa "ignorância relativamente a um Governo que ofereceu ao país recuperação económica e crescimento, ao mesmo tempo que baixou a dívida", afirmando que estes factos tornam difícil de entender como é que o Montenegro "não aprendeu nada ao longo destes últimos oito anos".
Sobre as menções de uma suposta "relação simbiótica" entre PS e Chega, o antigo ministro esclarece que esse "não é um problema" dos socialistas: "Essa é uma batata quente do PSD."
Aquilo que sabemos, por experiência, em relação ao PSD e nós vimos o PSD a fazer um acordo com o Chega depois de ter passado a campanha a dizer que não o faria", aponta, sublinhando que se Miguel Pinto Luz diz hoje que esse acordo não foi feito, isso é "facilmente" desmentido.
"Esse acordo está assinado e tem a assinatura de todos", garante, afirmando que o partido de André Ventura "é obviamente motivo de preocupação". Ainda assim, defende que "não há nenhum cidadão em Portugal que veja algum risco do PS em fazer acordo com Chega".