"O parecer? Qual parecer?" Rui Tavares diz que caso faz lembrar sketch dos Gato Fedorento, mas "muito menos divertido"
Rui Tavares diz que a verdadeira intenção do Governo era despachar os responsáveis da TAP" para encerrar a polémica do caso Alexandra Reis.
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Para Rui Tavares, do Livre, o caso do parecer para fundamentar a demissão por justa causa da anterior presidente-executiva da TAP faz lembrar o humor dos Gato Fedorento, mas sem muita graça.
"Aqui há uns anos, os Gato Fedorento brindaram-nos com aquele brilhante sketch muito divertido "o papel? Qual papel?", toda a gente conhece. E agora estamos a ver uma espécie de reprise desse sketch, só que muito menos divertido que é "o parecer? Qual parecer?"".
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Em declarações aos jornalistas esta manhã na Assembleia da República, Rui Tavares afirma que o Governo quis afastar os responsáveis da TAP, pensando que isso encerraria a polémica levantada pela indemnização a Alexandra Reis, mas acabou por criar problemas maiores.
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"O Governo não se entende acerca de se teve um parecer adicional para fazer aquilo que, de qualquer forma, politicamente já queria fazer, que era despachar os responsáveis da TAP por causa de se terem metido em problemas com toda a questão ligada com a administradora Alexandra Reis", condena.
Numa audição parlamentar, o ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que não há "nenhum parecer adicional" a fundamentar a demissão do 'chairman' e da presidente da comissão executiva (CEO) da TAP além do que resulta do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).
"Não há nenhum parecer, a ideia que se criou de que haveria um parecer... não há nenhum parecer adicional àquilo que é a base da justificação da demissão, que é mais do que suficiente para quem a leu, relativamente ao parecer da Inspeção Geral de Finanças", referiu Fernando Medina.
Já o gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, alega que "o parecer em causa não cabe no âmbito da comissão parlamentar de inquérito (CPI)" e "a sua divulgação envolve riscos na defesa jurídica da posição do Estado.