A líder do PAN condena que a transferência de dinheiro do erário público para TAP seja decidida em trocas de e-mails.
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Inês Sousa Real diz que o caso sobre o parecer para fundamentar a demissão por justa causa da anterior presidente-executiva da TAP "parece uma brincadeira de mau gosto" e lamenta a falta de responsabilidade demonstrada pelo Governo.
"Não podemos ter um parecer que não existe, ou que se traduz numa mera troca de e-mails", condena a líder do PAN em declarações aos jornalistas esta manhã na Assembleia da República.
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"Saber que a gestão do país, em particular a gestão de uma empresa que tem custado ao erário público largos milhares de euros, é feita por mensagens de WhatsApp, feita por trocas de e-mails, que smiles ou punhos fechados para cima de alguma forma validam a transferência do erário público do dinheiro, muito dinheiro, do erário público para uma empresa que tem custado largos milhares de euros, é absolutamente irresponsável."
Inês Sousa Real sublinha ainda necessidade "mais esclarecimentos", em particular que toda a informação existente sobre o processo seja entregue à comissão de inquérito.
Numa audição parlamentar, o ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que não há "nenhum parecer adicional" a fundamentar a demissão do 'chairman' e da presidente da comissão executiva (CEO) da TAP além do que resulta do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).
"Não há nenhum parecer, a ideia que se criou de que haveria um parecer... não há nenhum parecer adicional àquilo que é a base da justificação da demissão, que é mais do que suficiente para quem a leu, relativamente ao parecer da Inspeção Geral de Finanças", referiu Fernando Medina.
Já o gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, alega que "o parecer em causa não cabe no âmbito da comissão parlamentar de inquérito (CPI)" e "a sua divulgação envolve riscos na defesa jurídica da posição do Estado".