Parecer é confidencial ou não existe? Um dos ministros está "a mentir" sobre a TAP, acusa IL
O líder da Iniciativa Liberal pede ao primeiro-ministro que esclareça quem está a faltar à verdade - Fernando Medina ou Ana Catarina Mendes.
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A Iniciativa Liberal afirma que alguém está a mentir dentro do Governo a propósito da existência de um parecer para fundamentar a demissão por justa causa da anterior presidente-executiva da TAP.
Em declarações aos jornalistas esta manhã na Assembleia da República, Rui Rocha nota que as declarações do ministro das Finanças, Fernando Medina, a garantir que não existe nenhum parecer jurídico para justificar a demissão dos antigos dirigentes da TAP, entram em conflito com a posição do gabinete da ministra dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, que defendeu que o parecer não podia ser divulgado para proteger o interesse público.
"Os ministros não têm já capacidade sequer se coordenarem entre si e de apresentarem versões minimamente coerentes dos factos", acusa Rui Rocha. "Há um completo descontrolo naquilo que é o Governo da República Portuguesa neste momento."
"As duas versões apresentadas - uma por Ana Catarina Mendes e outra por Fernando Medina - são absolutamente incompatíveis e, portanto, só podemos chegar à conclusão que um deles está a mentir."
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O líder da Iniciativa Liberal pede ao primeiro-ministro que esclareça quem está a faltar à verdade.
"Onde é que anda o primeiro-ministro? Nós vemo-lo atrás de uns Power points, periodicamente, depois desaparece", ironiza.
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"O que é que o primeiro-ministro tem a dizer ao país sobre toda esta degradação que está a acontecer à vista e aos olhos dos portugueses? Chegamos a um momento em que temos que pedir que, pelo menos, António Costa fale com os seus ministros, esclareça as versões que são apresentadas entre eles, que os ponha a falar uns com os outros, e que venha ao país dizer qual dos ministros em causa está a mentir aos portugueses."
"É o mínimo da decência democrática que é exigível neste momento", reforça Rui Rocha.
Numa nota enviada à agência Lusa, o gabinete da ministra Adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes, alega que "o parecer em causa não cabe no âmbito da comissão parlamentar de inquérito (CPI)" e "a sua divulgação envolve riscos na defesa jurídica da posição do Estado".
Mas numa audição parlamentar, o ministro das Finanças, Fernando Medina, afirmou que não há "nenhum parecer adicional" a fundamentar a demissão do 'chairman' e da presidente da comissão executiva (CEO) da TAP além do que resulta do relatório da Inspeção-Geral de Finanças (IGF).
"Não há nenhum parecer, a ideia que se criou de que haveria um parecer... não há nenhum parecer adicional àquilo que é a base da justificação da demissão, que é mais do que suficiente para quem a leu, relativamente ao parecer da Inspeção Geral de Finanças", referiu Fernando Medina.