Oeiras garante estar "disponível" para encontrar nova estrutura para cartaz sobre abusos sexuais
"Recusamos lições de moral de quem quer que seja nesta matéria", atirou o vice-presidente da Câmara de Oeiras.
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A Câmara Municipal de Oeiras garantiu esta quinta-feira estar "disponível" para encontrar uma nova estrutura para o cartaz retirado de Algés sobre os abusos sexuais na Igreja, apelando a que os promotores da iniciativa procurem a autarquia.
"Estamos disponíveis para receber a associação e encontrar uma estrutura publicitária do próprio município para colocar aquela tela. Tem é de ser numa estrutura que esteja licenciada", afirma o vice-presidente da Câmara de Oeiras, em declarações à TSF, antes de lamentar que os promotores da iniciativa não tenham contactado, até agora, o município.
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Francisco Gonçalves, sublinha ainda que o "município institucionalmente apoiou o combate à violência sexual" e, por isso, recusam "lições de moral de quem quer que seja nesta matéria".
"O Município de Oeiras ainda há pouco tempo teve patente uma exposição no Palácio Anjos, em que tratava exatamente do tema do abuso sexual. Quer institucionalmente, quer ao nível da opinião pessoal dos titulares de cargos, o município de Oeiras tomou posição", defende.
Francisco Gonçalves explica ainda que a decisão de retirar um dos três cartazes sobre os abusos sexuais da Igreja Católica em Portugal não teve que ver com a "mensagem do cartaz".
"Na nossa opinião, a lei é a única âncora para a defesa das causas justas. A causa é justa, de interesse público, deve ser discutida e difundida, mas em meios legais", esclarece.
Previamente, em declarações à lusa, a autarquia justificou a decisão por ser "publicidade ilegal".
"No Município de Oeiras toda a publicidade ilegal é retirada, neste e em todos os casos", afirmou.
Os cartazes em causa, em que se lê a frase "Mais de 4800 crianças abusadas pela Igreja católica em Portugal", em inglês, ilustrada por 4800 pontos que representam cada uma das vítimas, foram colocados na madrugada de quarta-feira em Lisboa, Loures e Algés.