PS, PCP e Bloco de Esquerda querem conhecer, em detalhe, o relatório da Inspeção Geral de Finanças sobre os contratos feitos por empresas públicas de transportes para obterem financiamento e que conduziram a perdas potenciais que rondam os três mil milhões de euros.
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O PS quer a presença urgente do ministro das Finanças no Parlamento para saber se há outros membros do Governo envolvidos em operações consideradas ruinosas para o Estado.
A posição foi transmitida em conferência de imprensa pelo secretário nacional do PS para a organização, Miguel Laranjeiro, na qual também acusou o executivo PSD/CDS de estar «em permanente remodelação», de ser «um factos de instabilidade» e de se estar «a desmoronar aos olhos dos portugueses».
De acordo com o deputado do PS, dois secretários de Estado, Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda, terão sido afastados com base nas conclusões de um relatório da Inspeção Geral de Finanças (IGF), «que o país desconhece».
«O Governo tem de explicar ao país, aos portugueses, todas as razões que se encontram subjacentes a estas demissões. Há uma nebulosa e, por isso, o PS coloca a questão de saber se existem ou não outros membros do Governo envolvidos em operações semelhantes, quer diretamente na gestão de empresas [públicas], quer na montagem das operações financeiras», disse.
Por seu turno, a deputada do BE defendeu que o ministro das Finanças, Vítor Gaspar, deve explicações ao Parlamento sobre os contratos de cobertura de risco autorizados pelas empresas de transportes públicos que envolvem perdas financeiras de três mil milhões de euros.
A deputada referiu que a imprensa noticia que as substituições dos secretários de Estado Paulo Braga Lino e Juvenal Silva Peneda se deveram a terem autorizado a celebração de 'swaps', enquanto dirigentes de empresas de transportes públicos.
Também o PCP defendeu a necessidade de se apurar responsabilidades, administrativas, governativas e políticas, no caso dos contratos de cobertura de risco de empresas públicas de transportes.
Bruno Dias, do PCP, diz que devia ser dada ao resposta muito concreta pelo Governo.
«Esta situação, tal como temos vindo a alertar e a denunciar ao longo de muitos meses, é de uma gravidade extraordinária», afirmou hoje o deputado Bruno Dias, sobre os contratos de swaps de empresas públicas.