PS acusa Passos de fazer novo ataque aos pensionistas, PCP pede demissão do Governo e o Bloco pede o levantamento do país.
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O PS negou hoje que as medidas de corte na despesa anunciadas pelo primeiro-ministro configurem qualquer reforma do Estado, contrapondo que são mais um ataque aos pensionistas e que assustaram milhares de famílias portuguesas.
Estas posições foram assumidas pelo porta-voz do PS, João Assunção Ribeiro, após o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, ter feito uma comunicação ao país, anunciando novas medidas de austeridade.
«O primeiro-ministro veio anunciar mais do mesmo, mais austeridade e mais sacrifícios, insistindo em algo que não resultou nos últimos dois anos e não resultará no futuro. Anunciou medidas sem explicação assustando milhares de famílias portuguesas que deixaram esta noite de conhecer o seu futuro», declarou João Ribeiro.
De acordo com este dirigente do PS, Pedro Passos Coelho anunciou medidas «sem qualquer estudo conhecido sobre o seu impacto na economia» e «mais um ataque aos pensionistas sem qualquer explicação». Na TVI, Seguro voltou a pedir eleições antecipadas.
Já o líder parlamentar do PCP, Bernardino Soares, apelou hoje aos portugueses para que exijam a demissão do Governo, para «salvar o país da destruição miserável» e admitiu suscitar a inconstitucionalidade de algumas medidas anunciadas pelo primeiro-ministro.
Finalmente o Bloco de Esquerda, que acusou o Governo de ser «uma máquina de cortes», considerando que as medidas de consolidação orçamental anunciadas pelo primeiro-ministro merecem o «levantamento dos partidos da oposição e do país».
«[O Governo] deverá merecer não só o levantamento dos partidos da oposição mas do país, porque estas medidas não são apenas para os funcionários públicos nem para reformados, mas para uma economia que terá ainda mais desemprego e levará mais fundo o caminho de destruição do país», defendeu hoje o líder da bancada parlamentar do BE, Pedro Filipe Soares.
Em declarações aos jornalistas, Pedro Filipe Soares afirmou que «um governo que não percebe que o caminho que trouxe até aqui é o da destruição tem que ser parado pelos portugueses porque se não vai destruir o país». «O apelo que fazemos é que todos tomem nas suas mãos a necessidade de demitir este governo, de derrubar este governo, de exigir eleições, de exigir outra política que salve o país desta destruição miserável a que o Governo e a sua política nos estão a conduzir», afirmou Bernardino Soares.
Questionado pelos jornalistas, Bernardino Soares considerou que se trata de «mais um corte violento», de «medidas absolutamente devastadoras» e de um «despedimento em massa» que «se vai traduzir num agravamento ainda maior da recessão» e do desemprego.