Ordem dos Médicos vai avaliar condições de segurança na obstetrícia do Santa Maria
O bastonário Carlos Cortes afirma que existem aspetos que têm de ser "aprimorados" para garantir o melhor serviço aos utentes.
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O bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, anunciou em declarações à RTP, esta segunda-feira, numa visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, que a Ordem dos Médicos vai avaliar as condições de segurança no serviço de obstetrícia e "perceber se o serviço tem capacidade para formar" médicos.
À saída de uma reunião com os médicos obstetras e com a direção clínica do hospital, o bastonário disse estar "satisfeito" com o resultado do encontro, pois "todos estão preocupados com o essencial neste processo, que é a qualidade dos serviços de saúde". No entanto, reconheceu que há aspetos que "têm de ser aprimorados", nomeadamente ao nível de segurança.
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"Tomei uma decisão durante esta tarde, que já comuniquei ao colégio de ginecologia-obstetrícia, que se irá deslocar muito rapidamente aqui ao hospital para fazer uma avaliação", sublinhou.
Questionado sobre a falta de profissionais nas escalas, Carlos Cortes não quis criar um "alarmismo desnecessário" e garantiu que "ainda há capacidade de resposta".
A Ordem dos Médicos irá continuar a acompanhar a situação no Hospital de Santa Maria "nos próximos dias e semanas", concluiu.
Também o diretor interino do serviço de obstetrícia e ginecologia do Hospital de Santa Maria, Alexandre Valentim Lourenço, assegurou, em declarações aos jornalistas, que não há "falta de democracia" dentro do hospital e que os "médicos têm sido ouvidos frequentemente".
"Falo todos os dias com os meus médicos, eles manifestam as suas preocupações e tento resolvê-las de um dia para o outro", disse Alexandre Lourenço, refutando as críticas da Federação Nacional dos Médicos.
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Sobre as grávidas transferidas para o privado, o diretor do serviço de obstetrícia e ginecologia não quis adiantar para que unidades foram transferidas, mas explicou que a "dinâmica hospitalar é completamente diferente", uma vez que no privado estão "oito a dez médicos" presentes.
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O Centro Hospitalar Universitário de Lisboa Norte anunciou no domingo que as grávidas de baixo risco referenciadas para o Hospital de Santa Maria nos próximos dias poderão ser reencaminhadas para hospitais privados devido a "constrangimentos na escala clínica" da sala de partos.