"Folgazinha importante." Marcelo vê novas medidas do Governo na habitação como "paliativo para ganhar fôlego"
O Presidente da República prevê que o problema se vá resolvendo caso a Europa continue a descer a inflação.
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O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, considera que as novas medidas apresentadas esta quinta-feira pelo Governo para a habitação são positivas e notou que o objetivo do Governo não é ir direito "à causa fundamental", que apenas depende dos bancos centrais e da inflação.
"Isso significa, logo na primeira volta da história, uma bolada na vida das famílias. Isto é para minimizar, um paliativo para ganhar fôlego durante dois anos também com alguns efeitos políticos. Tirar argumentos aos populistas e mais contestatários que, perante uma situação destas em período de eleições europeias, teriam aqui um argumento muito apetecível de crítica e de campanha eleitoral", defendeu Marcelo em declarações aos jornalistas, em Nova Iorque, nos EUA.
Questionado sobre se o Governo pode fazer mais, o chefe de Estado disse não conhecer esta legislação.
"Tenho de ver porque parecem mais diplomas do que um sobre o qual já disse que me parecia positivo, que era o do quantitativo correspondente aos juros durante um período determinado - falava-se em dois anos, não sei se é exatamente isso - que não era pago pelas famílias e, portanto, ficava adiado para o que se espera ser a ultrapassagem da crise e isso aligeirava as prestações no imediato, que depois mais tarde seriam pagas, depois de dois anos. Mas, segundo o que li no comunicado do Conselho de Ministros, há mais medidas sobre os termos e condições de novos contratos. Só examinando é que me poderei pronunciar", afirmou o Presidente da República.
Para Marcelo, o problema irá resolver-se, por um lado, caso a Europa continue a descer a inflação.
"Esse é o problema de fundo e se vier a ser ultrapassado, progressivamente, dá uma folga maior. Esta é uma folgazinha importante para as famílias no imediato, à espera que a situação evolua melhor", acrescentou.
O Conselho de Ministros aprovou medidas sobre o crédito à habitação para ajudar as famílias a mitigar o impacto da subida das taxas de juro, entre elas, uma medida que garante que a taxa de juro não ultrapassa 70% do indexante (Euribor) e outra que alarga de 720 para 800 euros o apoio à bonificação dos juros do crédito à habitação.
O Governo mantém ainda a suspensão da comissão por reembolso antecipado do empréstimo da casa, até ao final de 2024.